As PME portuguesas estão ‘on’? A pergunta foi feita pela PSE no estudo Retrato Digital das PME Portuguesas 2018, que espelha a percepção que os próprios gestores e técnicos têm do desenvolvimento digital das suas organizações. E confirma-se: as PME estão a perder muitas das vantagens que a economia digital tem para oferecer.
Numa sociedade definida pela revolução na comunicação, que alterou o modo de vida das pessoas, e consequentemente, a forma de trabalhar das empresas, uma em cada quatro (26%) PME nacionais não apresenta uma estratégia digital.
Realizado entre os meses de Março e Abril de 2018 junto de directores, quadros superiores e técnicos de 1.508 PME de seis grandes sectores de actividade, 44% das quais com menos de 10 trabalhadores, verificou-se que uma em cada quatro (26%) empresas não apresenta uma estratégia digital; 37% são principiantes, ou seja, fazem alguma comunicação para divulgação de eventos ou produtos de forma não organizada ou sistemática; 16% não vão além do estado elementar (têm consciência do potencial digital e social, mas têm dificuldade na realização de campanhas, muito por falta de pessoal especializado); 10% encontram-se no estado intermédio (usam um leque mais alargado de canais) e apenas 6% se situam no estado avançado, com menos ainda, 5%, numa fase proficiente, ou seja, com tecnologias sociais e digitais integradas nos processos de negócio.
O domínio do e-mail
Inquiridas sobre os canais digitais mais usados, a esmagadora maioria (91%) elege o e-mail, usado diariamente ou semanalmente para actividades de marketing. Uma também maioria (62%) nunca usou o Instagram, 73% não utilizam o Twitter e 55% nunca usaram o YouTube.
Ao todo, 80% das PME encontram-se nos graus mais baixos de maturidade na utilização de canais sociais e digitais, tendo como objectivos a divulgação através de e-mail, o uso do website como uma montra e aumentar a presença e visibilidade. O que se traduz na utilização ineficiente de canais, em acções esporádicas e não-sistemáticas de comunicação de eventos ou produtos, sem grandes objectivos de negócio e sem uma medição. Para as restantes (20%), a minoria, estes meios servem para potenciar a rede e crescer, potenciar comercialmente canais digitais e sociais, assim como integrar a tecnologia na organização, interna e externamente.
Mas nem todos os sectores de actividade são iguais. Agricultura e pescas (2%), construção (8%) e indústria e energia (29%) são os sectores onde é menor a maturidade digital. No reverso da medalha encontram-se os serviços (35%), comércio (23%) e outros (2%), este último composto por empresas da área da saúde, TI, software, electrónica, telecomunicações, educação…
O tamanho das empresas é também aqui importante. De facto, este retrato permite confirmar que as PME com maior número de empregados têm um nível de maturidade superior, isto porque apresentam melhor performance essencialmente em duas dimensões: recursos humanos e análise.