A Associação dos Transitários de Portugal (APAT) reagiu à assinatura do acordo para a construção do aeroporto do Montijo que irá iniciar actividade em 2022, expandindo a capacidade portuária do Aeroporto Humberto Delgado. A APAT acredita ser “quase certo que do Montijo não vai voar carga”, e que esta solução irá tornar o transporte de mercadorias mais sustentável e competitivo, no caso da região Sul do país.

Em comunicado, a associação dá destaque ao modelo actual de negócios no transporte de mercadorias, muito focado no online, e no qual as empresas distribuidoras têm vindo a apostar cada vez mais: “em qualquer região de Portugal fazem-se compras no melhor mercado do mundo, seja lá isso onde for. As empresas Transitárias, de transporte e distribuição estão a começar a “acordar” para esta realidade, tornando-se cada vez mais inovadoras, elásticas e criativas. Este novo paradigma origina uma enorme dependência do modo aéreo”.

Graças às alternativas criadas, a APAT acredita que possam ser movimentados mais voos de passageiros para o aeroporto do Montijo que antes seriam destinados à capital, liberando assim alguns espaços do de Lisboa para serem utilizados por aviões de carga. “Esta decisão deixa-nos satisfeitos (…) pela libertação de “slots” no aeroporto Humberto Delgado, permitindo assim que mais aeronaves, apenas de carga ou mistas, aterrem e levantem, aumentando consideravelmente a capacidade de movimentos aéreos”, lê-se no comunicado.

Rapidez, eficiência e flexibilidade, são algumas das vantagens do E-commerce que a APAT aponta como alvos dos players do mercado. “Estamos perante uma coisa descomplicada, logo, o processo de transporte, carga e descarga não pode ser complicado, tem de ser simples”.

Apesar de se mostrar satisfeita com a decisão, a APAT não o está por completo, por não se prever qualquer alteração aos modelos actuais de movimentação de carga nos aeroportos Humberto Delgado e Sá Carneiro, e revela que devido a “infraestruturas deficientes e ineficientes, acessibilidades sofríveis, condições intoleráveis e atendimentos concedíveis” as empresas responsáveis têm tido diversas dificuldades com ambos os aeroportos.

Terminando o comunicado, a associação considera que se deve dar mais importância à carga, pois esta tem um grande impacto na economia nacional, e não estamos a dar a devida atenção a esse aspecto: “é necessário olhar para a carga aérea com o devido respeito, pois não é o cliente A ou B que está em causa, mas sim as importações/exportações nacionais e, normalmente de maior valor. É a economia nacional que está em causa, não os egos pessoais.”