O sector passou os últimos anos por mudanças profundas, quer no posicionamento quer na revolução tecnológica quer simplesmente na relevância que o departamento passou a ter dentro das organizações.
Muito se falou de tecnologia, de capacitação de recursos humanos, do Procurement no feminino e discutiu-se sobre a importância de processos bem definidos e claros. Em 2019 espera-se que continue a evolução do sector dando lugar a maturação do mesmo.
Com as incertezas da economia mundial – o Brexit, a China, o posicionamento dos EUA… o sector em 2019 deverá estar atento e preparado para o inesperado. Neste sentido, a relação com os fornecedores deverá ser o foco e estar mais intensificada, envolvendo-os em decisões mais estratégicas, permitindo uma maior visibilidade em todo o ciclo, não apenas para obtenção do melhor preço, mas principalmente para antecipar e reduzir riscos, além de gerí-los de forma mais eficaz. O investimento numa estratégia digital deve estar na ordem do dia também, agora mais do que nunca. As empresas continuam conscientes da mais valia da transformação digital, porém a grande maioria permanece ainda no manual e não sabem seguramente se estão na direção certa quando lhes é questionado.
Para assegurar uma correta estratégia de procurement em 2019, as organizações devem capacitar seus recursos internos com programas específicos e suporte adequado e se ainda necessário, reforçar a sua estrutura com pessoas especializadas e capacitadas.
A Inteligência Artificial deverá continuar a ser um tema sobre a mesa, pois as tarefas mais comuns com a mínima intervenção humana, poderá ser realizada e concluída por meio da robótica, libertando tempo para a equipe de Procurement focar-se no estratégico. Muito debatido nos últimos anos. Nem sempre é fácil a gestão da mudança e muitas empresas continuam hesitantes, como revela o Survey realizado pela Delloite -The Deloitte Global CPO Survey 2018 – mostra-nos que 51% dos líderes do Procurement acreditam que as suas equipas não estão suficientemente capacitadas para desenvolver a estratégia digital e neste sentido, têm receios no desenvolvimento das novas tecnologias, como AI, Robotic Automation e Blockchain.
É quase voltar a falar do mesmo que já se tem falado nos últimos anos, mas com o amadurecimento do sector e a implementação da transformação digital para que as empresas possam começar a retirar proveito do poder da Inteligência Artificial (possibilitando uma gestão mais fácil da carga de trabalho transacional por meio da robótica e permitindo que os profissionais de procurement se concentrem em desafios de alto nível), as empresas e também o sector, ganharão a velocidade e crescimento que tanto se fala e espera para que consigam prosperar.
“Parar é morrer” e agora mais do que nunca é hora de consolidar tudo o que já se tem falado e partir para ação!
Carolina da Costa Mota
Senior Professional Consultant
APCADEC Member – Portuguese Association for Purchasing and Supply Management