‘Modernização da Função Compras através da Blockchain’ foi o tema que trouxe Júlio Pedro, Member of the Board do IPO Lisboa, à Nova SBE, em Carcavelos, ao Pharma, evento organizado pela Supply Chain Magazine, no passado dia 22 de Maio.
Em Janeiro noticiámos a parceria desta unidade hospitalar com a Everis, que foi estabelecida com o objectivo de modernizar a plataforma de compras do IPO. Além disso, na altura, já se encontravam a desenvolver um sistema de automação do processo de compras utilizando as tecnologias blockchain e Robotic Process Automation (RPA) para acelerar este processo, a segurança e rastreabilidade da informação.
De forma mais pormenorizada, Júlio Pedro começou por identificar os desafios das compras públicas que os hospitais enfrentam, entre elas: limitações na autonomia de gestão, muito investimento em tecnologia e pouco em gestão, desconfiança nas soluções de outsourcing ou subfinanciamento crónico e estrangulamento orçamental.
O objectivo do IPO Lisboa passa por desenvolver um produto que possa automatizar um processo de aquisição duma entidade que participe em compras públicas de serviços ou bens, utilizando as potencialidades da tecnologia envolvida para o aumento da performance, redução de custos associados e optimização do negócio.
O vogal do conselho de administração do IPO Lisboa, incidiu a sua apresentação nas soluções tecnológicas baseadas em RPA e blockchain e as vantagens das suas aplicações nesta área.
Os motivos pelos quais se deve apostar em RPA na área das compras, de acordo com Júlio Pedro, deve-se à diminuição dos tempos de ciclo e melhoria de rendimento, flexibilidade e escalabilidade, maior precisão, melhor experiência/satisfação do cliente e colaboradores e disponibilidade total.
Já no que diz respeito à blockchain foram apontadas algumas situações em que a sua utilização é benéfica, tais como a elevada dependência de transacções entre agentes, os múltiplos agentes com permissões para aceder e acrescentar informação, a falta de confiança, informação partilhada e para oportunidades de desintermediação.
É de salientar que 58% das empresas de bens de consumo já implementaram projectos relacionados com esta tecnologia e, na área da saúde, registaram-se 52%.
A sua aplicação pode ser vantajosa para a rastreabilidade da cadeia de abastecimento, para contratos digitais auto-executáveis entre dois ou mais agentes e descentralização do registo, validação e actualização de informação de fornecedores e clientes.