A Bitcliq criou uma séria de soluções com o objectivo de “valorizar o trabalho dos nossos pescadores artesanais e aproximá-los do comprador final, promovendo uma pesca mais responsável e transparente, e valorizando o pescado fresco através da desintermediação do acesso ao recurso e através da informação sobre a origem”, segundo o CEO e fundador da start-up, Pedro Manuel.
Uma delas é a Lota Digital, que consiste num e-marketplace B2B que faz a ligação entre todos os barcos de pesca aderentes aos potenciais compradores registados, possibilitando a compra de peixe fresco directamente ao barco através de uma aplicação móvel ou um portal online, mesmo antes de o barco voltar para terra.
Assim, é possível realizar uma “compra antecipada e um desembarque mais rápido, pois o pescado vendido é pesado e controlado pela equipa de qualidade da Bitcliq e segue directamente para o comprador ou parceiro de logística, que o embala e transporta até à porta do cliente final”, acrescenta Pedro Manuel. Esta operação é feita com recurso à tecnologia blockchain.
A outra solução oferecida pela start-up é a BIG EYE – Smart Fishing, com vista à sustentabilidade dos oceanos, que faz a gestão operacional na cloud de frotas de pesca comercial/industrial.
Esta ferramenta permite analisar a agir sob as operações no mar, com base em dados analíticos obtidos dos barcos e transmitidos por satélite, em tempo-real. Este foi o primeiro software desenvolvido pela start-up para o sector pesqueiro internacional e foi aplicado na pesca industrial de atum. No primeiro ano foram geridas operações de uma frota de grandes navios congeladores com cerca de 30.000 toneladas capturadas anualmente.
O CEO da Bitcliq acredita que “o software e as novas tecnologias podem ter impacto na sustentabilidade e valorização de sectores industriais ditos tradicionais”.