Segundo dados do INE, a taxa de desemprego nacional diminuiu para 6,1% no terceiro trimestre, registando o valor mais baixo dos últimos 16 anos. Se, por um lado, temos o crescimento exponencial do Turismo e da Construção (sectores amplamente suportados pela Logística e Distribuição), e o forte investimento estrangeiro (que só em 2018 se estima ter criado cerca de 6.100 novos postos de trabalho, com contratos assinados de valor superior a mil milhões de euros), por outro lado, temos também o forte crescimento do sector da Logística e Distribuição, impulsionado pelo crescimento do E-commerce, pela implementação de novas empresas em Portugal, e pela contínua expansão de novas superfícies comerciais e de lojas de proximidade.
Segundo dados da APAT e da Informa D&B, os transitários portugueses exportam (actualmente) mais do que importam (representando cerca 1,1% do PIB), e o sector dos Operadores Logísticos cresceu 4,1% em 2018, prevendo-se, igualmente, um crescimento de 3,6% em 2019 (para 575 milhões de euros); a Nespresso decidiu criar um centro mundial de Supply Chain em Portugal; a Mercadona continua a abrir várias lojas em Portugal (e termina 2019 com um investimento superior a 260 milhões de euros, prevendo a criação entre 7 500 e 12 000 postos de trabalho); a Aquila Capital vai investir 88 milhões de euros num projecto logístico “verde” de 115 000 m2 na Azambuja; o grupo DPD vai investir 25 milhões de euros num novo centro de distribuição em Lisboa. Estes são apenas alguns dos exemplos, de que a Logística está bem activa em Portugal!
São momentos únicos que vivemos, sendo que um estudo da Hays aponta que este sector está no TOP 10 das intenções de recrutamento em 2019 (7º na zona Norte, 4º na zona Centro e 6º na zona Sul).
Com o contínuo e exponencial crescimento do E-commerce em Portugal (de 17,5% em 2018 para 5 mil milhões de euros), também toda a estrutura de Planeamento, Logística e Distribuição terá de, naturalmente, acompanhar este crescimento e, mais importante, de se reinventar diariamente, de forma a dar resposta às necessidades cada vez mais exigentes e imediatas dos clientes.
Como profissional experiente de Supply Chain, sinto que os profissionais desta área têm vindo a ganhar um papel cada vez mais activo e relevante, nos centros de decisão e nas equipas de Direcção das empresas. Estas, estão cada vez mais conscientes da importância e da imprescindibilidade que a Supply Chain representa no sucesso do seu negócio, seja por assegurar elevados níveis de serviço ao cliente, a qualidade do produto/serviço vendido, o aumento da rentabilidade, uma redução (e controlo) de custos e do desperdício, a segurança e o controlo de risco nas operações, entre outros, pelo que têm vindo a apostar cada vez mais nesta área e no recrutamento de profissionais especializados em Supply Chain.
Também os cursos técnico-profissionais, as Licenciaturas, as Pós-graduações e os cursos de formação na área da Logística e Supply Chain têm proliferado nos últimos anos. É assim, mais que evidente, que a Logística veio para ficar!
Bruno Gil, Iberian Supply Chain Manager da Eden Springs.
Excelente artigo Bruno, dá-nos uma perspectiva muito positiva do sector da logística em Portugal e no mundo.