O sector industrial e logístico oferece mais oferta no Grande Porto, com 13 milhões de metros quadrados edificados, do que em Lisboa que regista 11,8 milhões de metros quadrados, de acordo com um estudo da Cushman & Wakefield (C&W), divulgado pelo Expresso.
O centro logístico da Mercadona na Póvoa de Varzim, com 24.000 metros quadrados, o novo entreposto do Lidl no Parque Industrial de Santo Tiros, com 48.000 metros quadrados, e o centro logístico de Alfena da Jerónimo Martins, com 70.000 metros quadrados, estão entre as principais operações registadas.
A comparação entre Porto e Lisboa não é uma novidade para Sérgio Nunes, Director da área industrial, logística e terrenos da C&W “estamos a falar de uma região fortemente industrializada”, refere. O sector tem atraído investidores industriais para o norte do país, nomeadamente a Stelia Aerospace, do Grupo Airbus, que está a instalar uma unidade de 72.000 metros quadrados na Zona Industrial de Ermida, e o VGP Park Santa Maria da Feira, com 30.000 metros quadrados.
Contudo, no eixo Maia-Via Norte, que concentra 13% da oferta, as rendas rondam os 3,85 euros por mês, que está abaixo da renda prime da zona Alverca-Azambuja, em Lisboa, que regista os 4 euros por mês.
Os números da C&W indicam que “o mercado ocupacional do sector industrial e logístico transaccionou 147.500 metros quadrados em 2019, 8% acima do volume registado no ano anterior” a nível nacional, tendo como protagonistas a Mercadona, a Volkswagen Services, GL Foods ou Torrestir.
No que ao futuro diz respeito, está em cima da mesa o investimento da Generis Farmacêutica, que comprou um lote de 8,8 hectares em Rio Maior para desenvolver uma unidade de embalamento de medicamentos.
“Em termos de promoção, perspectiva-se que a actual escassez de oferta de instalações modernas de qualidade venha a ser colmatada com o arranque de novos projectos, entre os quais a Plataforma Logística Norte da Merlin Properties, na Castanheira do Ribatejo (225.500 metros quadrados) e o projecto logístico da Aquila Capital, na Azambuja (115.000 metros quadrados)”, sublinha Sérgio Nunes.
Após alguns anos sem se registarem investimentos significativos, importa considerar o peso de novos negócios como o e-commerce ou as unidades de armazenamento, como explica Sérgio Nunes “na verdade, este é um segmento que segue um ritmo bem diferente do mercado habitacional, muito ligado ao andamento da economia global, das tendências de negócios”.