Carlos Vasconcelos, presidente da Medway, avançou à Lusa que acredita que o transporte ferroviário transfronteiriço é “o mais seguro” para enfrentar a pandemia de Covid-19 que abala o mundo. Segundo o responsável máximo, a empresa pode ainda fazer mais quatro comboios diários, caso se justifique.

Entre as razões apontadas pelo presidente, ele explica que apenas “um comboio pode levar cargas equivalentes a 40 camiões e em vez de irem 40 motoristas vai uma equipa de duas pessoas”, saindo a tripulação portuguesa na fronteira e entrando uma espanhola, sem que haja contacto entre elas.

O presidente da empresa também assegura que está a ser levado a cabo um processo de desinfecção das locomotivas, com “uma taxa de 99% de segurança” nas locomotivas.

Em Março a Medway sentiu uma quebra de 8% nos seus comboios, mas o presidente também justifica que este valor não é significativo, até porque houve outras causas que levaram à supressão de comboios. No caso dos transfronteiriços, a empresa ainda não registou impactos negativos, mas também não registou nenhum crescimento, apenas em termos de procura de informações relativamente aos serviços e condições.

Actualmente a Medway faz 50 comboios por dia (100 viagens, de ida e volta), e transporta entre 700 e 800 toneladas. Os quatro comboios diários que Carlos Vasconcelos comentou ainda estarem disponíveis totalizam mais 3.000 toneladas de capacidade, podendo chegar às 6.000 no caso de serem feitas duas viagens com carga total.

Relativamente às medidas tomadas para evitar o contágio desta pandemia, Carlos Vasconcelos revela que “a oficina está a trabalhar em pleno, com os cuidados, protecções, gel desinfectantes, máscaras, luvas”, sendo que os colaboradores que possam estão ora em casa, ora em teletrabalho, enquanto os que não possam contam com um subsídio diário para se deslocarem de carro e não de transportes para o trabalho.