Todas as previsões indicam muitas dificuldades económicas no futuro das empresas em Portugal, na Europa e, de forma geral, no mundo. No entanto, acredito que as que souberem, quiserem ou puderem adaptar-se às novas condicionantes do mercado poderão encontrar um novo rumo ou novas oportunidades de continuidade.
Somos bombardeados com informações que o mundo nunca mais será igual, que tudo será diferente… Eu não sei, ninguém sabe efetivamente! O que sei é que é necessário continuar, com mais ou menos estratégia, com mais ou menos planeamento, com mais reação ou mais ação… todos temos que definir o nosso caminho, aproveitar as oportunidades!
Atuo maioritariamente no mercado nacional com micro e pequenas empresas e onde os desafios são sempre diferentes. Nem melhores nem piores, apenas diferentes. Por um lado, estruturas mais leves sugerem mais facilidade nas alterações e melhorias e, por outro lado, são mais resistentes a perceber que precisam de mudar ou melhorar o core do negócio. A verdade é que as maiores dificuldades estão relacionadas com mudanças, não só nas empresas de menor dimensão, mas
em todas!
Não sendo diferente, tenho estado a pensar no futuro, no meu e dos meus potenciais clientes… Se nada fizermos, nada acontece! Neste momento os meus esforços estão direcionados para a evolução das operações, as interações comerciais em ambientes mais operacionais. As empresas que têm relacionamentos comerciais com a indústria ou com a construção civil, vão ter de incluir nas suas estratégias muita digitalização no suporte comercial e técnico; depois temos, por outro lado, os operários e técnicos que precisam de estar preparados para rececionar essa evolução digital. Como é que podemos dar a volta?
Primeiramente, temos que entender o potencial que acrescentamos ao mercado. Pois… qual é o nosso mercado? Muitas empresas ainda não sabem quem são os seus potenciais clientes, nem em que mercado atuam! Quando esta questão
estiver esclarecida, podemos então analisar o nosso valor no mercado em que atuamos:
- Quem são os nossos principais concorrentes?
- O que fazemos como ninguém?
- Onde atuamos e onde queremos atuar?
- Quando é que definimos a estratégia?
- Por que é que existimos?
- Como pomos em prática a estratégia?
Provavelmente, estas questões ecoam cada vez mais na mente de muitos de vós, especialmente neste momento em que temos de agir, mais do que reagir!
Mais que o multichannel, o onmichannel é uma das principais saídas para a grande maioria das empresas, sejam elas micro, mini, pequenas, médias ou grandes.
Sendo logístico de formação, tenho a perfeita noção dos custos de uma operação online, desde os custos de implementação, até aos custos de serviço, sem falar no controlo de stock síncrono ao minuto. No entanto, acredito que é possível criar valor neste canal. O COVID veio acelerar muitos processos digitais: o e-commerce, o trabalho remoto, a digitalização de processos e a presença online. Como diz um amigo “Obrigado COVID!” por vires acelerar algo que já era tendência há décadas.
2021 será um ano de decisões. Adivinha-se muito difícil para uns, próspero para outros, mas desafiante para todos!
Rui Silva | Co-founder | COPLOG – Consultores em Operações de Produção e Logística