A modernização e o novo layout dos escritórios da grande maioria das empresas, assim como, as tecnologias informáticas cada vez mais impessoais resultam inequivocamente numa redução das interações humanas.
Estes contextos levam a que para que se consiga manter relacionamentos assertivos e bem-sucedidos entre todos os funcionários dentro de um determinado ambiente de trabalho seja importante aumentar as competências associadas à inteligência emocional de todos os colaboradores.
Começa a ser factual que os gestores que ignoram o desenvolvimento das suas competências de inteligência emocional acabam por se tornar um dos principais motivos pela perda de talento humano por parte das empresas, visto que causam obstáculos à existência de parcerias, criam barreiras à eficácia dos colaboradores e colocam igualmente em perigo a sustentabilidade das equipas.
Ter uma elevada inteligência emocional não é, nem nunca será sinónimo de sucesso, existindo um sem número de gestores de topo onde esta competência é residual ou mesmo nula. Isto acontece porque, na minha ótica, as competências individuais podem ser divididas em três grandes grupos completamente distintos:
• competências técnicas, como por exemplo contabilidade e planeamento,
• competências conceptuais, como por exemplo o pensamento analítico,
• competências associadas à inteligência emocional.
É certo e sabido que as competências técnicas e analíticas são de vital importância para qualquer organização, no entanto, é indubitável que as competências ligadas à inteligência emocional têm e terão cada vez maior preponderância em todos os níveis de gestão, e além disso, atualmente, espera-se que as chefias sejam capazes de gerir de forma efetiva os sentimentos e emoções da respetiva equipa.
A criação de uma gestão por objetivos comuns dentro de uma determinada equipa, assim como, a conceção de um clima colaborativo convincente e que seja compatível entre todos os colaboradores, além de tornar possível a resolução de problemas sem muita perda de tempo, torna possível o desenvolvimento de um networking eficaz, valorizando as diferenças existentes e dando a cada um dos colaboradores a capacidade de valorizar essas mesmas diferenças aumentando igualmente a confiança destes em si próprios dentro da hierarquia organizacional.
Se uma chefia deseja alcançar o sucesso sob o ponto de vista hierárquico, terá que ser capaz de gerir com sucesso os relacionamentos humanos dentro do ambiente organizacional, visto que será o responsável máximo por estabelecer os relacionamentos apropriados entre os membros da sua equipa. A chefia tem que conseguir estabelecer relações abertas, de confiança e de respeito mútuo, tratando-se estes de conceitos que nos levam a uma das pedras basilares da inteligência emocional que é a capacidade de estabelecer empatia com os outros.
Nos últimos anos assistiu-se a um desenvolvimento de novas hierarquias organizacionais, com novos tipos de responsabilidades nos processos relacionados com a gestão operacional das empresas, e em todos estes a capacidade dos gestores de perceber as emoções dos outros, de expressarem as suas próprias emoções e compreenderem as fontes dessas mesmas emoções tornou-se factual e é neste contexto que as competências de um gestor em ouvir, comunicar e colaborar passaram a ser consideradas como fatores importantes para o sucesso no cumprimento das suas respetivas funções.
Ao se conseguir estar atento aos sentimentos e pensamentos das outras pessoas com que se trabalha e interage e, igualmente, ao ser-se capaz de transformar estes em motivações positivas para um desempenho bem-sucedido, estes gestores e estas chefias acabam por contribuir para o desenvolvimento e sucesso da organização, aumentando o entusiasmo e a boa disposição laboral, além de que, a importância dada às decisões passa a ser algo corrente, dando lugar a um clima organizacional positivo no trabalho coletivo.
Marco Morgado | Supply Chain & Operations Management