Segundo avançou a secretária-geral da Associação Industrial e Comercial do Café (AICC), Cláudia Pimentel, à Lusa, o sector do café foi muito impactado nos preços, indo desde as matérias-primas e embalagens, aos combustíveis para o próprio transporte, e mesmo do café verde, e antecipa que possa ser expectável uma subida no preço do café em alguns cêntimos, mas que isso caberá às empresas decidir.
De acordo com a responsável, o mais impactante para o preço do café foi a “variação do preço do café verde, o café produzido em países longe e que depende das condições climáticas e da produção anual e, portanto, este ano o preço do café subiu muito”. A agravar essa situação foi ainda a subida acentuada dos custos do transporte marítimo que se sentiu este ano.
“Cada contentor demora mais três meses do que antigamente demorava, há problemas aqui de tempo, de disponibilidade para os contentores chegarem e o preço dos contentores aumentou cinco vezes”, o que impacta os produtos que vêm de longe, como é o caso do café verde, que face aos valores do ano passado está agora “muito mais caro”, revela a responsável.
Postos estes aumentos, “é natural que isso [aumento do preço do café] aconteça”, comenta a fonte da AICC à Lusa, mas tranquiliza dizendo que não irá faltar café, pois as empresas têm stocks. “Se se vai manter a longo prazo, esperamos que não, que isto se regularize”, conclui.