O sector automóvel tem sido um dos mais afectados pela escassez de semicondutores. Este problema, que não tem solução à vista, aliado às novas vagas da pandemia no mundo, pode atrasar a recuperação da produção de veículos em 2022, piorando a situação de risco de crédito de vários fornecedores, de acordo com um relatório da Crédito y Caución, citado pelo Observador.
A pesquisa revela que além destes dois desafios, as complexas cadeias de fornecimento deste sector continuam vulneráveis a novas interrupções derivadas do proteccionismo e de riscos geopolíticos, como o conflito comercial entre a China e os EUA.
Após a “forte deterioração das vendas em 2020 devido à pandemia, 2021 está marcado por uma procura mundial reprimida no que toca a automóveis novos”, revela a Crédito y Caución, acrescentando, porém, que “as perspectivas de crescimento para os veículos híbridos e eléctricos são muito sólidas”, prevendo que a quota de mercado desta tipologia de veículos a nível mundial alcance os 49% em 2030.
Ainda assim, a seguradora acredita que a mudança para a mobilidade electrónica representa um grande desafio para a maioria dos fornecedores de pequena e média dimensão, defendendo que “muitos podem não ter os meios tecnológicos ou financeiros para subir na cadeia de valor, vendo-se obrigados a abandonar o mercado nos próximos anos”. Esta situação também é complexa para algumas marcas que enfrentam uma concorrência cada vez mais forte das grandes tecnológicas e de novas empresas.
Neste contexto, o sector automóvel em Portugal apresenta um alto risco de incumprimento, como refere o relatório, bem como outros mercados como o da Alemanha, Bélgica, Brasil, Canadá, Eslováquia, França, Indonésia, Itália, Japão, entre outros.