Há algum tempo que a União Europeia manifesta a vontade de estabelecer um ecossistema de semicondutores próprio e sólido. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, voltou a abordar a necessidade da Europa aumentar a sua produção de semicondutores. Num discurso online no evento Davos Agenda 2022, do Fórum Económico Mundial, von der Leyen afirmou que o projeto legislativo para a regulamentação de chips – European Chips Act – será proposto no início de fevereiro.

“Não há digital sem chips”, disse a presidente na ocasião, sublinhando que “a necessidade europeia de chips vai duplicar na próxima década. É por isso que temos de fazer crescer radicalmente o panorama da Europa no desenvolvimento, na produção e na utilização desta tecnologia-chave”. O plano para a legislação foi inicialmente anunciado por Úrsula em setembro de 2021, com a escassez global de chips a não dar sinais de abrandamento.

A proposta está a ser apontada como uma forma de reforçar a autossuficiência europeia em termos de semicondutores, através da adaptação das leis ao nível de auxílios estatais, melhoria das ferramentas para antecipar a escassez e possíveis crises, assim como reforçar a capacidade de investigação e inovação no setor.

“A Europa é forte em algumas áreas específicas” e “é o centro mundial de investigação de semicondutores”, afirma a presidente da CE. “A Europa também está muito bem posicionada no que toca a materiais e equipamentos necessários para gerir grandes fábricas de chips”, acrescenta. Contudo, “a quota de mercado global de semicondutores da Europa é de apenas 10% e, hoje, a maioria dos nossos recursos vem de fora da Europa”. “Esta é uma dependência e incerteza que simplesmente não podemos sustentar”, disse ainda.