O governo português defende a redução da dependência energética da União Europeia (UE) face ao gás da Rússia, cujas perturbações no fornecimento podem fazer aumentar os preços energéticos. Ainda assim, lembra que Portugal não é dos países mais dependentes entre os Estados-Membros, segundo o dnotícias.pt.

Augusto Santos Silva, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, refere que, para diminuir a dependência face à Rússia é preciso “diversificar as fontes de abastecimento de gás, quer do gás natural, quer do gás ‘verde’ para a UE”, e considerada “absolutamente essencial desenvolver interligações de gás”, nomeadamente a partir da Península Ibérica.

Apesar de a Rússia não ser o principal fornecedor de gás a Portugal, o chefe da diplomacia portuguesa admite que eventuais perturbações no fornecimento de gás à Europa, devido à tensão na Ucrânia, podem ter “consequências sobretudo em termos dos preços da energia”. Refere ainda que “o desenvolvimento de interligações de gás é absolutamente essencial porque é isso que permite diversificar as fontes de gás e diminuir a dependência energética face à Rússia, retirando assim uma alavanca que (Moscovo) usa para efeitos negativos”, reforçando a necessidade dessas infraestruturas serem já adaptadas ao hidrogénio e a outros gases ‘verdes’.

Este tema surge após a Comissão Europeia ter pedido aos Estados-Membros da UR para atualizarem os planos de contingência do gás, destacando a “importância da preparação para o risco”, perante possíveis perturbações no fornecimento de gás russo à Europa.