O grupo espanhol Órfeon investiu na Tocha, em Cantanhede (Coimbra), cerca de 38 milhões de euros para criar uma plataforma logística e um posto de abastecimento de hidrogénio renovável.

O grupo Órfeon, que já detém um armazém em Cantanhede, fechou agora negócio para abrir mais dois lotes na zona industrial da Tocha com uma área total de 220 mil metros quadrados, tendo em vista criar pontos de abastecimento de hidrogénio na região. Este local, segundo Rafael Ribes, o diretor da empresa, “é um sítio estratégico, porque está num ponto que nem está em Lisboa nem está no Porto. Nesse sítio vai fazer-se uma plataforma logística, um posto de combustível, um posto de abastecimento de hidrogénio e um parque de contentores”, explicou à agência Lusa.

A Órfeon é uma empresa de transporte e atividades direcionadas para a energia, que realiza a distribuição e transporte de mercadorias para cadeias logísticas e armazenamento. O seu objetivo é criar na Península Ibérica pontos táticos, de modo a que os camiões possam abastecer. Atualmente, a empresa tem a funcionar quatro projetos de hidrogénio em Espanha, “a ideia é fazer em Portugal o mesmo que em Espanha”, anunciou Rafael Ribes, avançando que “em Portugal teremos quatro pontos de hidrogénio, um a norte do Porto, outro em Cantanhede, um a norte de Lisboa e outro a sul de Lisboa”.

O diretor acrescenta, “somos distribuidores de gasóleo em Espanha, compramos barcos de petróleo. Nós já estamos no negócio, o que queremos é estar no próximo negócio e há algum tempo que estamos”, referindo-se ao comércio de hidrogénio verde, projeto que irá permitir uma clara afirmação no mercado por parte da Órfeon, que com uma boa rede de camiões a hidrogénio verde terá preços mais competitivos. O seu desejo será daqui a três anos criar “20 pontos de hidrogénio entre Espanha (16 postos) e Portugal (4 postos) para poder assegurar o seu fornecimento”, explicou ainda à mesma fonte.

A empresa prevê que a base logística localizada na Tocha só estará a funcionar em 2023 e que o projeto de hidrogénio, a partir de energia renovável, poderá demorar cerca de dois a três anos para estar concluído. Até lá, a empresa estima que empregará nesta unidade perto de 350 trabalhadores.