Falta de semicondutores – e 90.000 veículos inacabados à espera de chips – tiveram sério impacto nos lucros da General Motors (GM) no segundo trimestre de 2022. O fabricante de automóveis não espera que essas faltas, que estão a afetar em diferentes graus todas as marcas, sejam resolvidas em breve. Entretanto, à medida que o drama da cadeia de abastecimento se desenrola, a GM já pôs os pontos nos i’s no que diz respeito aos veículos elétricos.
Na apresentação dos resultados do segundo trimestre da companhia, a CEO da GM Mary Barra e o CFO Paul Jacobson partilharam também detalhes sobre três novas parcerias para matérias-primas; enfatizaram a necessidade de reduzir os custos de produção de baterias; e fizeram um ponto de situação os progressos em quatro fábricas de baterias nos E.U.A. (partilhadas pela GM e pela LG).
O lançamento da fábrica de baterias celulares Ultium Cells JV, perto de Youngstown, Ohio, está “a semanas de distância”, disse a CEO da GM. A produção aumentará 20% a cada trimestre, de modo que a fábrica deverá estar em plena produção no quarto trimestre de 2023.
“Precisamos das baterias provenientes da fábrica da joint-venture de Ohio para realmente aumentar os produtos existentes que temos, tanto o [Cadillac] Lyriq como o [GMC] Hummer”, disse Mary Barra.
A construção de uma segunda fábrica de baterias no Tennessee está no bom caminho e a sua abertura está prevista para o próximo ano. Quanto à fábrica de Lansing, no Michigan, a abertura está prevista para 2024 e está atualmente a ser escolhido o local para a construção da quarta fábrica dos Estados Unidos.
Ter as quatro fábricas a funcionar em plena capacidade dará à GM os 160 gigawatts de capacidade necessários para atingir o seu objetivo de produção de 1 milhão de veículos elétricos até 2025, esclareceu Mary Barra.
Um empréstimo condicional de 2,5 mil milhões de dólares do Departamento de Energia norte-amaricano, já anunciado, é fundamental para financiar a construção das fábricas do Ohio, Tennessee e Michigan Ultium, salientou Jacobson.
A GM anunciou também três acordos estabelecidos com fornecedores estratégicos para matérias-primas de baterias: LG Chem para fornecer à GM 1 milhão de toneladas de material catódico até 2030; POSCO Chemical para fornecer materiais de baterias processadas (CAM) desde as suas operações coreanas até 2025; e Livent para fornecer “quantidades significativas de lítio”.
“O que isto significa é que a GM tem agora acordos vinculativos que garantem todas as matérias-primas de baterias, apoiando o nosso objectivo de 1 milhão de unidades em capacidade anual na América do Norte em 2025”, disse Barra. “Isto inclui lítio, níquel, cobalto e o fornecimento completo de CAM”.
Nos planos está também o alargamento do processamento de matérias-primas numa fábrica GM/POSCO no Quebec, e possivelmente a construção de uma instalação GM/LG semelhante, nos Estados Unidos, até 2025. “Para certas categorias iremos abastecer diretamente 75% das nossas necessidades até 2030, com enfoque na América do Norte”, disse Barra.
A engenharia de baterias dos veículos elétricos é outra prioridade: “estamos a trabalhar não só internamente, mas com a LG e várias outras entidades em diferentes partes da química das baterias, para eliminar custos. É por isso que temos o Centro Wallace R&D Center for Manufacturing a iniciar atividade já neste Outono”, finalizou a CEO da GM.