Se Portugal já tivesse o novo aeroporto construído conseguiria faturar mais 7 mil milhões de euros. Conseguiria dar emprego a mais 30 mil pessoas e o Estado arrecadaria mais 2 mil milhões de euros em receitas fiscais.
Era eu pequenino e o meu pai dizia: vamos ter um novo aeroporto no ano 2000. O coitado já não está entre nós e não sabe que já passaram 22 anos do limite apontado e ainda não temos o novo aeroporto.
Uma decisão sobre este investimento estrutural, que já era importante em 1970, em 2022 terá outro adjetivo qualquer, porque importante já não serve.
As pessoas, normalmente, só fazem contas ao que perdem, pelo que será difícil assumir a perda de algo que nunca tivemos.
Nestas circunstâncias, estou certo de que seria melhor dizer às pessoas quais são as oportunidades extraordinárias que podem vir a ter, se o governo, seja ele qual for, decidir, de uma vez por todas, onde vai ser construído o novo aeroporto do Centro. Digo Centro porque não estou convencido que o novo aeroporto seja construído na Área Metropolitana de Lisboa e também não estou convencido que Portela + 1 seja a solução, até porque Portugal adora obras faraónicas e com impacto internacional, pelo que converter um descampado qualquer numa pista de aterragem não terá a pompa e circunstância que todos os governos desejam.
Outra questão que trava o processo é o facto de os sucessivos governos saberem que vão dar início a uma obra crucial para o desenvolvimento do País e existe uma altíssima probabilidade de ser outro governo, a inaugurá-la.
“Governismos” emocionais à parte… A consultora Ernst & Young realizou um estudo para a Confederação do Turismo de Portugal e o resultado é assustador: se Portugal já tivesse o novo aeroporto construído conseguiria faturar mais 7 mil milhões de euros. Conseguiria dar emprego a mais 30 mil pessoas e o Estado arrecadaria mais 2 mil milhões de euros em receitas fiscais.
Isto de ter números em mil milhões são muitos zeros, vamos comparar com uma empresa que conhecemos bem, vamos considerar a AutoEuropa, que tem cerca de 5.500 trabalhadores. Se já tivéssemos o novo aeroporto teríamos mais 5 AutoEuropas, vamos considerar que a AutoEuropa representa 2% do PIB, o turismo representa 8%.
O País não apostou em outras soluções estruturais enquanto estávamos todos a ganhar muito dinheiro com o turismo, e agora lamentamo-nos e atribuímos a culpa a uma situação provocada pelas crises, guerra, ou pelo ambiente.
Temos de encarar os problemas como uma oportunidade de fazer a mudança adiada e, neste momento, acho sinceramente que a solução para esta questão do novo aeroporto passa por contratar António Chora para fazer de ponte de entendimento e ajudar a levar o “novo aeroporto a bom porto”.
Henrique Germano Cardador – 恩里克 | Marketing & Sales Strategy