A AGEPOR – Associação dos Agentes de Navegação de Portugal reuniu hoje a comunidade do setor marítimo-portuário, logístico e dos transportes, durante o seu X Congresso, que teve lugar em Cascais.

Seis anos após a realização do último congresso, o presidente da AGEPOR, João Silva, realçou que o Mundo mudou “muitíssimo”, e que as alterações ocorridas afetaram profundamente todo o setor. No entanto, salientou, a resiliência que caracteriza as gentes do mar não permitiu que existissem quebras na cadeia logística durante o período mais crítico da pandemia e, agora, da guerra: “É verdade que os congestionamentos aconteceram nos principais portos. É verdade que o desajuste entre a oferta e a procura resultaram em fretes mais altos. Mas é também verdade que, tirando algumas exceções, pontuais, que têm muito mais a ver com a produção que com o transporte, a cadeia logística resistiu, reinventando-se praticamente todos os dias e garantindo que as prateleiras dos supermercados por esse mundo fora não ficassem vazias”.

De acordo com João Silva, “na AGEPOR o tempo também não parou e encarámos o desafio das mudanças com a resiliência, a constante procura de soluções e sobretudo a naturalidade que tanto caracteriza o comportamento dos Agentes de Navegação. Diria que, por habituados a resolver problemas inesperados e incertezas, já tínhamos no ADN a capacidade de estar mais preparados antes mesmo do mundo mudar. Ajustámo-nos assim aos acontecimentos e ao tempo mantendo o rumo e os objetivos definidos, alterando apenas aqui e ali, sempre que necessário a rota para os alcançar”.

João Silva revelou que os principais vetores a prosseguir para o desenvolvimento do setor portuário nacional mantêm-se bem atuais, nomeadamente ao nível da transformação digital, automatização e sustentabilidade, congratulando-se ainda com “a boa notícia” de terem começado alguns investimentos nos portos nacionais. No entanto, ressalvou, precisamos de “continuar a investir em recursos, materiais e humanos, para dotar as Instituições Publicas chave para os sectores logísticos e portuários das condições suficientes para contribuírem para competitividade dos portos, do seu hinterland e, logo, do nosso País Portugal.”

“Precisamos de planear atempadamente e a longo prazo, medindo todos os custos envolvidos – incluindo preços acrescidos para as populações – evitando indefinições sobre estruturas portuárias e intermodais que sustentam hoje todo o tecido empresarial português com todas as suas repercussões económicas e sociais (leia-se empregos). A interligação existente nesta nossa comunidade entre entidades privadas e publicas é tão forte e densa que qualquer desafio num deles hipoteca toda a competitividade das nossas empresas importadoras, exportadores, do sector do turismo… enfim – volto a dizer – a competitividade do nosso País Portugal” – disse João Silva.

O X Congresso AGEPOR – O Mar é Tudo, contou com a presença do Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, dos presidentes das administrações portuárias e de oradores como Paulo Portas, Tiago Pitta e Cunha, Henrique Leitão, entre outros.