Na COP27, o Reino Unido assinou um acordo de “corredores verdes” com a Noruega, os Países Baixos e os Estados Unidos, para que as rotas marítimas entre estes países sejam isentas de emissões. Definido ficou também um acordo entre o Reino Unido e os EUA para o lançamento de um grupo de trabalho para o “Corredor de Transporte Marítimo Verde”, que representa um esforço colaborativo de investigação e desenvolvimento.

Tanto a Noruega como o Reino Unido estão bem colocados para poderem oferecer energia verde aos navios através de ligações em terra, graças a fontes de energia renovável. Mas, enquanto a Noruega é líder de mercado e conta com dezenas de instalações de energia costeira, construídas ou em projeto, o Reino Unido continua “com 20 anos de atraso” na oferta de energia costeira nos portos, disse no início deste ano a Câmara de Navegação do Reino Unido.

Actualmente, apenas dois portos britânicos, Orkney e Southampton, estão equipados com infraestruturas de carregamento em terra, apesar do facto de a rede eléctrica britânica beneficiar de uma grande quantidade de energia eólica offshore, com cerca de 14GW instalados.

Vários estudos recentes demonstraram que com as necessárias e adequadas infra-estruturas portuárias instaladas, incluindo a capacidade de recarga no cais durante as operações de carga e descarga dos navios, a economia de operar navios alimentados inteiramente com energia de bateria poderia aumentar.

Há navios totalmente elétricos encomendados ou em utilização para transportar contentores em rotas curtas. Estes incluem dois navios de 700 TEU para a filial da Cosco Shanghai Pan-Asia Shipping, a famosa Yara Birkeland, e outro pequeno feeder norueguês por encomenda para a DB Schenker.

“Os desafios colocados pelas alterações climáticas são claros e a necessidade de descarbonizar o transporte marítimo nunca foi tão grande”, disse o Secretário dos Transportes do Reino Unido, Mark Harper. “É por isso que nos comprometemos a trabalhar ao lado de parceiros globais para toner o setor mais limpo, melhorar a qualidade do ar nos nossos portos e nas comunidades costeiras, e impulsionar o investimento verde na nossa economia”.

“Mas não devemos perder o ímpeto. Tenho o prazer de dizer que o Reino Unido concordou em começar a desenvolver rotas marítimas verdes com alguns dos nossos aliados mais próximos, uma vez que trabalhamos em conjunto para realizar as ambições do Acordo de Paris e limitar o aquecimento global”.