O e-commerce é um modelo de negócio que tem beneficiado muito da Internet, graças à conveniência que proporciona ao podermos comprar o que quisermos, sem ter de sair de casa. Além disso, a globalização e a pandemia consolidaram-no como uma das principais atividades económicas, com um aumento de volume quatro vezes superior a anos anteriores. Em suma, estamos a falar de um tipo de negócio que tanto traz valor para as marcas como para os consumidores.
O aumento de volume do e-commerce significou uma adaptação das empresas de logística a uma nova realidade e a adaptação dos seus recursos à satisfação das novas exigências dos clientes e consumidores. Por essa razão, o investimento em I&D tornou-se essencial para aprender, em primeira mão, quais as novas tecnologias e funcionalidades que poderiam ser úteis em todas as fases da cadeia de abastecimento.
O planeamento da procura e a gestão dos stocks são elementos estratégicos para otimizar o bom funcionamento da cadeia de abastecimento e evitar problemas adicionais durante períodos de pico, como o Natal ou a Black Friday. O desenvolvimento, inovação e inclusão de novas tecnologias para realizar operações logísticas são da maior importância para gerir eficientemente o e-commerce e garantir o correto funcionamento das operações nos centros logísticos, de modo a que as encomendas possam chegar ao seu destino no mais curto intervalo de tempo possível.
No entanto, a atual situação macroeconómica causada pela guerra na Ucrânia, a escassez de materiais, o aumento generalizado dos preços dos combustíveis e a inflação está a fazer com que os consumidores, neste Natal e Black Friday, pensem mais na hora de comprar. Segundo dados recentes, espera-se uma queda de 5,3% no volume de encomendas que as empresas do setor receberão nestes últimos meses do ano, coincidindo com o período de maior atividade comercial.
Além disso, o aumento dos custos por parte das empresas fará com que nesta Black Friday os descontos sejam mais seletivos, “prejudicando” assim um momento tradicionalmente utilizado pelos consumidores para antecipar as suas compras de Natal. Mas isso não significa que a Black Friday não funcione. Haverá simplesmente menos atividade e os descontos serão mais seletivos, pois devido à inflação, e ao facto das famílias terem menos rendimento disponível, é provável que as compras de Natal continuem a ser antecipadas para a Black Friday.
Em qualquer caso, apesar de se esperar que esta época registe um volume inferior face a anos anteriores, a preparação que as empresas de logística têm de fazer para dar resposta a estes dias de maior atividade comercial tem de estar de acordo com o que os seus clientes esperam.
Por esse motivo, a tecnologia deve servir como aliada para implementar uma série de inovações que permitam racionalizar todos os processos, reduzir o esforço que os operadores logísticos dedicam a cada tarefa e, em última análise, fazer melhor uso do tempo investido.
Sem dúvida, os padrões de consumo estão a mudar e os picos de atividade derivados do e-commerce serão cada vez mais frequentes. Isto exigirá um compromisso claro com a inovação e a tecnologia para automatizar processos e responder às novas necessidades exigidas pelos nossos clientes.
Cristina Fernández, Diretora de Contract Manager | ID Logistics Iberia