Entre janeiro e outubro, as compras feitas ao Brasil atingiram os 4.020 milhões de euros, um aumento de 90,5%, situação impulsionada em grande parte pela importação de petróleo. Deste modo, o país tornou-se o sétimo maior fornecedor de Portugal, e o segundo fora da UE, logo após a China.

A importação de combustíveis minerais aumentou em 84,5%, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que juntamente com os óleos brutos representam agora 60,3% das importações portuguesas provenientes do Brasil, seguindo-se os bens agrícolas (19,5%), os metais comuns (7,1%), madeira e cortiça (4,6%) e os veículos de outro material de transporte (2%). No caso desta última categoria, esta apresentou um grande crescimento desde os dados do ano anterior, onde ocupava a 11.ª posição, e que devido à importação de aeronaves subiu para a 5.ª.

Na situação inversa, as exportações de Portugal para o Brasil também apresentaram um aumento durante este mesmo período, com um aumento de 27,7% para os 759 milhões de euros, ou 1,2% do total. No entanto, face aos 4.020 milhões de euros importados, o défice comercial atingiu os 3.261 milhões de euros.

Nesta semana o INE lançou os dados referentes a outubro, e apresentou uma descida no crescimento homólogo das exportações portuguesas para os 21,1%. Ao longo do ano, maio foi o mês que apresentou o maior valor no crescimento homólogo, com cerca de 40%.

Apesar de também se ter sentido uma desaceleração nas importações, as taxas de crescimento continuam mais elevadas que as exportações, subindo 26,2% face ao período homólogo. O INE aponta ainda que “excluindo combustíveis e lubrificantes, as exportações e as importações aumentaram 19,4% e 25,2%, respetivamente (24,1% e 27,1%, em setembro)”.

Ao nível dos preços também se verifica uma desaceleração homóloga, com aumentos de 14,5% nas exportações e 14,2% nas importações, em comparação aos 16,2% e 18,5% de outubro, respetivamente. Posto isto, verificou-se um crescimento homólogo do défice da balança comercial, atingindo os 2,83 mil milhões de euros em outubro, mais 814 milhões de euros do que no mesmo mês do ano passado. Sem contabilizar os combustíveis minerais e óleos brutos, o défice totalizou 1,98 mil milhões.