Existem entidades bancárias em Portugal a deitar o olho às potencialidades da Web 3.0. Estamos prestes a assistir a uma nova transformação no mundo World Wide Web.
Teremos de habituar-nos a ouvir uma lista de palavrões virtuais e não nos podemos dar ao luxo de ignorá-los, pois passarão a fazer parte das nossas vidas.
A internet surgiu no final dos anos 80 do século passado e temos assistido a uma revolução tecnológica desde então. O início da internet é chamado de Web 1.0, registámos a evolução para a Web 2.0 e agora estamos todos a assistir a uma nova transformação para a Web 3.0.
O que é que as diferencia?
A Web 1.0 podemos caracterizá-la por “ler”, a Web 2.0 por “ler e escrever” e a Web 3.0 por “ler, escrever e deter”. Por exemplo, quando ligo o meu telemóvel e abro a aplicação Facebook, estou a fazer uso da web 2.0, pois eu leio e escrevo nesta app, o processo é interativo, e ainda posso conectar-me com outras pessoas e isso representa uma evolução quando comparado com a web 1.0. No primeiro momento da World Wide Web, enquanto utilizador, só tinha a possibilidade de ler a informação quando acedia às páginas, aos sites, que, no máximo, tinham um link para aceder a outro site com mais informação. No tempo da web 1.0 não fazíamos login, nem deixávamos comentários nos sites que abríamos.
Na Web 2.0, efetivamente, não detenho a informação, eu só a partilho, mas com Web 3.0 eu posso deter algo como informação e valores (não estou a chamar-lhe dinheiro de propósito) e já existem entidades bancárias em Portugal com os olhos postos nos desenvolvimentos da Web 3.0 para 2023. Mas vamos ter paciência e ver o resultado desta relação da Web 3.0 com as entidades bancárias.
Como consequência dos desenvolvimentos da Web 3.0, as bases de dados ficarão descentralizadas, pois deixarão de pertencer ao Facebook, ao Instagram (META), Microsoft ou à Google, unicamente. Estas entidades passarão a representar, de certa forma, um intermediário sem informação e em muitas situações até desaparecem. A Blockchain representará uma corrente de informação descentralizada, sem controlo, interferência ou regulação de uma entidade, muito além do universo cripto.
A forma de navegar ou trocar informação será assente nas permissões e confiança na informação acedida, utilizada ou transferida, sem ser necessária a arbitragem das operações por terceiros. É aqui que entram os SMART CONTRACT para suportar as NFT’s (non-fungible token), sendo que uma NFT é única, pois contém regras que não poderão ser alteradas. Este conceito é tão abrangente que irá estar presente em todos os setores de atividade, desde a banca, área artística e até na logística. A comunicação do status de um inventário ou de um transporte ao longo da cadeia de abastecimento de A a Z, será inovador, pois o sistema é assente no conceito de semântica e não da linguagem, pelo que a leitura da mesma frase através de um texto ou de símbolos será indiferente para o sucesso da tarefa.
A Web 3.0, aliada à inteligência artificial, será o veículo de conhecimento e informação integrada entre parceiros e clientes. Os processos serão automáticos e autónomos, com a validação online dos dados, e em tempo real. As questões da segurança estarão salvaguardadas, uma vez que as comunicações não têm intermediários. São encriptadas, detêm um fator de auto validação entre usuários da rede e um código específico para a leitura e validação de usuários corruptores. Um sem número de oportunidades de negócio e desenvolvimento.
A breve trecho estaremos todos num metaverso avaterizado. Ou não!
Henrique Germano Cardador – 恩里克 | Marketing & Sales Strategy