Foi com sala cheia, mais de 190 profissionais, que o MitPenha, em Guimarães, acolheu a 1.ª edição da conferência INTRALOGÍSTICA, para um dia repleto de casos práticos e de muita partilha, com a “Produtividade e eficiência na supply chain” sempre em destaque.
“Produtividade e eficiência na supply chain” estiveram, de facto, em destaque nesta conferência organizada pela Supply Chain Magazine, mas também a nova realidade que se vive nas cadeias de abastecimento.
O mundo está a mudar mais depressa do que nunca e tem vindo a transformar a economia e os mercados, obrigando as empresas a adaptarem também a sua logística interna e as suas operações. E foi exatamente por aí que começou o dia, com Maria do Sameiro Carvalho, Diretora de Departamento Produção e Sistemas da Universidade do Minho e Associate Director da ALGORITMI Research Centre que se focou nas tendências e desenvolvimentos da Intrologística e nas respostas que se vão procurando para satisfazer aquilo que são as necessidades das empresas, trazendo à plateia alguns casos concretos de projetos que têm vindo a desenvolver para responder às novas necessidades de algumas empresas.
Inovar na cadeia de valor é fundamental e a intervenção conjunta de Manuel Silva, Senior Researcher e António Galrão Ramos, do INESC- Technology and Science – Associate Laboratory e Filipe Ribeiro, Gestor de Projetos de Inovação da JPM Industry evidenciaram-no bem ao apresentarem o Crosslog, que propõe uma abordagem inovadora ao cross-docking, tornando-o num sistema automatizado e colaborativo, capaz de mover e gerir o fluxo de produtos dentro do armazém de uma forma mais rápida e segura.
A interligação inteligente de bens, processos, pessoas e locais foi sempre uma função fundamental da intralogística e continua a sê-lo. O que está a mudar é a tecnologia, como deixaram bem patente na sua intervenção sobre “RFID & Image processing (AI)” Rui Oliveira, IT Applications Manager Iberia da DS-Smith, Packaging Division; António Guedes, Business Consultant da CodeOne e Nuno Fernandes, Global Sales Manager da Neadvance Machine Vision.
Em termos de tecnologias de informação e comunicação, o futuro já chegou. Já não são apenas computadores e smartphones que comunicam através da Internet, mas sim a ligação em rede de máquinas, componentes, embalagens, mercadorias. Há um mundo de possibilidades a surgirem, que irá transformar completamente os processos logísticos.
Por isso, Miguel Barbosa, Diretor Geral da Seidor Portugal e Marco Rangel, Diretor Geral da Moving2u estiveram em Guimarães para falar sobre “Ganhos de eficiência e agilidade dos processos logísticos na gestão das empresas”, procurando evidenciar como é que a integração de uma solução avançada de gestão de armazém e logística com um ERP traz benefícios do ponto de vista de agilidade e transparência dos processos mas também nas análises de negócio.
João Beiramar Diniz é Product Specialist Labelling & Mobility na Brother e aproveitou a ocasião para dar a conhecer algumas propostas e “Soluções para os novos desafios do setor logístico”. É que, como o próprio explicou, na Brother estão conscientes de como o tempo e a precisão são fundamentais na logística. Coordenar pessoas e movimentar materiais para um armazém ou centro de distribuição, ou imprimir documentos no próprio veículo para entregar diretamente no local, são situações diárias vividas por quem está no terreno e é fundamental ter soluções que respondam a estas exigências e necessidades.
Rainer Buchmann, CEO da stow Robotics GmbH deixou bem patente que a intralogística pode, efetivamente, produzir soluções inteligentes, integradas e eficientes. Partindo da situação que as cadeias de abastecimento têm vivido nos últimos três anos e em tudo o que tem vindo a mudar, o CEO da Stow Robotics acredita que as empresas que querem manter-se competitivas e com capacidade para enfrentar as rápidas mutações têm que adaptar as suas infraestruturas em conformidade, criando uma cadeia de abastecimento também ela resiliente.
A mesa redonda, moderada por Gisela Santos, Head of Consultancy Services in Industrial Engineering and management do INEGI, juntou à conversa António Brasil, Executive Manager do Grupo Pinto Brasil, Bárbara Fraga, Supply Chain Director da Cerealis e Marco Filipe Castanheira, Iberia Logistics Manager da PPG Industries, que abordaram os desafios sentidos por cada um nas suas esferas de atuação e também por onde acham que vai passar o desenvolvimento nos próximos tempos.
O networking durante o almoço e no café foi intenso, produtivo e demorado e com as condições atmosféricas a possibilitarem uma vista magnífica para a Serra da Penha, não foi fácil interromper os diálogos e trazer os participantes de volta à sala, mas a tarde era também ela promissora.
Com Miguel Nuno Silva, formador e consultor para as áreas de supply chain e procurement a conduzir os trabalhos no período da tarde, foi Leonel Monteiro, Customer Service Manager da Pinto Brasil que abriu a sessão da tarde, trazendo à conferência o projeto de integração desenvolvido em colaboração com a Komax AG, tendo oportunidade de explicar como é que se melhorou a intralogística com processos mais eficientes e produtivos.
Todas as empresas, grandes e pequenas, têm que se adaptar aos novos padrões de produção e de consumo, o que implica mudanças mas também flexibilidade.
Perante a necessidade das cadeias de abastecimento se tornarem mais resilientes, os clientes esperam uma “abordagem de solução” mais holística, em vez de um foco individual “na máquina”. Por isso, Vitor Alves, Portugal Sales Manager da Körber Supply Chain, explicou o posicionamento da Korber e como é que esta age e colabora, sempre muito próxima dos clientes, para lhes oferecer soluções de valor acrescentado.
Também de colaboração falou Nuno Correia da Jungheinrich Portugal ao abordar aqueles que são, na visão da empresa, os principais desafios da supply chain e o papel determinante que as parcerias com os fornecedores de soluções desempenham no êxito das operações.
Outro desafio que a intralogística enfrenta prende-se com a alteração dos padrões de consumo e com os ciclos de vida dos produtos e bens estarem a tornar-se cada vez mais curtos. As gamas de produtos estão a ser modificadas com mais frequência, o comportamento de compra está a acelerar, e as expectativas dos clientes estão a aumentar. Por isso, no MitPenha houve ainda tempo para ficar a conhecer a “Care to Beauty” e o papel das infra-estruturas e armazéns no mundo do e-commerce, com Gisela Santos do Inegi e Rui Ferreira, Responsável da Logística da empresa.
Vítor Figueiredo, Chief Executive Officer da Logifrio, prestador de serviços logísticos ibérico que por via de aquisições tem estado a alargar a sua atuação e serviços na península e foi perante uma sala cheia que revelou o que estão a fazer e o que é a “Transformação digital de um operador Logístico em modo Build Up”.
A terminar o dia nada como ir até ao terreno com Manuel Silva, Responsável de Engenharia de Processo da Simoldes Plásticos e perceber o que tem sido a digitalização de processos na empresa, pois como o próprio explicou, “apenas com processos mais flexíveis, digitais, e associados à inteligência artificial será possível aumentar a velocidade das nossas decisões e operações”.
Ao longo de um dia ficou claro que são muitos os desafios que se colocam à supply chain e que todas as empresas, independentemente da sua dimensão, terão que se adaptar às novas exigências e padrões que se fazem sentir em toda a cadeia. E parece unânime que sem uma boa intralogística seria impossível continuar a cumprir a promessa e entregar o sonho ao cliente, pelo menos para os 194 pioneiros que assistiram à 1.ª edição da conferência INTRALOGÍSTICA.
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