O ano de 2022 registou um incremento nas exportações (23,1%) e importações (31,2%) internacionais, face a 2021, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). No entanto, o último mês do ano, as exportações e importações de bens registaram algumas variações homólogas nominais, face a novembro de 2022, refletindo uma desaceleração nos preços. Estas oscilações podem ter sido influenciadas pelas greves que ocorreram nos portos nacionais, em dezembro do ano passado.
Registaram-se aumentos nas exportações de máquinas e outros bens de capital, de combustíveis e lubrificantes, e também nas importações de material de transporte. Por outro lado, as importações de fornecimentos industriais diminuíram.
O comércio internacional de exportações, tanto em dezembro de 2022, como no mesmo mês em 2021, colocou Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Países Baixos, Bélgica, Angola e Polónia como os principais países clientes. Relativamente às importações, os principais países fornecedores foram Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália, China, Bélgica, Brasil, Estados Unidos e Polónia.
No que diz respeito a Portugal, a Alemanha ganhou uma posição de destaque nas exportações e importações. De 2018 a 2022, foi o terceiro principal país cliente e o segundo principal fornecedor externo de bens a Portugal. Por sua vez, as exportações portuguesas para a Alemanha aumentaram 21,7% o ano passado, face a 2021, atingindo 8.532 milhões de euros, o maior valor compreendido entre 2018 e 2022.
Quanto às empresas portuguesas que exportaram bens para a Alemanha, 6% tinham um grau de exposição ao país superior a 80%, o que corresponde a 14% das exportações nacionais para este destino. A maioria das empresas portuguesas que, em 2022, exportaram bens para a Alemanha, concentravam neste mercado até um quinto das suas exportações. Este valor corresponde a 25% do total de exportações nacionais para este país.
O que esperar para 2023?
Para este ano prevê-se um acréscimo nas exportações de bens das empresas, face a 2022, segundo o INE. Este aumento é sustentado pela previsão de acréscimo das exportações para os mercados Intra-UE, uma vez que se estima uma diminuição de 0,3% para os países Extra-UE.
As expectativas das empresas para a evolução das suas exportações de bens este ano diferem nos vários setores de atividade. Verificam-se aumentos em alguns casos, onde se reflete o incremento dos preços, e reduções decorrentes da previsão de contratação, de paragens ou descontinuidade de linhas de produção, consoante as condições do mercado, ou disrupções nas cadeias de valor globais.
As empresas apontam a incerteza proveniente do aumento dos preços como um fator que influencia significativamente as previsões de exportação de bens para 2023. Desta forma, este clima económico instável poderá impactar desenvolvimentos a nível internacional.