A Comissão Europeia anunciou, recentemente, que pretende que, até 2030, pelo menos 10% das matérias-primas críticas utilizadas na União Europeia sejam extraídas de solo europeu, como é o caso do lítio ou do cobalto. Esta medida visa reduzir a dependência e proteger a Europa de uma possível escassez que possa comprometer a produção para setores estratégicos.

De acordo com o ECO, as duas principais empresas de extração de lítio, a Savannah e a Lusorecursos, e o Governo, acreditam que Portugal “pode dar contribuição significativa” no alcance da meta anunciada pela Comissão Europeia. A fonte oficial da Savannah, responsável pela exploração da mina de lítio em Covas do Barroso, em Vila Real, afirmou ao Capital Verde, que a decisão do executivo comunitário é “um marco importante na transição para a sustentabilidade industrial”.

Assim, aponta que o projeto de lítio do Barroso, que está em processo de avaliação ambiental, “pode dar uma contribuição significativa para o objetivo mínimo de 10% das matérias-primas provenientes da União Europeia até 2030”. Por sua vez, a Lusorecursos, que explora lítio na Mina do Romano, admite que o projeto “se enquadra e possibilita o cumprimento de Portugal para as matérias-primas”, permitindo à empresa “integrar a cadeia de valor de baterias da Europa”.

À mesma fonte sublinha ainda que “Portugal pode demonstrar através dos bons exemplos, como o das minas de Neves Corvo e Aljustrel, ou mesmo pelo projeto que a Lusorecursos está a desenvolver, que se pode implementar projetos mineiros com responsabilidade, promotores de um desenvolvimento sustentável”.

A Comissão Europeia não só pretende impulsionar a extração de matérias-primas, mas também garantir cerca de 40% do consumo anual da União Europeia (UE) para processamento e refinação, 15% para reciclagem, e assegurar que não mais de 65% do consumo de matéria-prima seja proveniente de outro país. Atualmente, cerca de 98% destas matérias-primas vêm de países externos à UE.

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática, segundo a mesma fonte, considera que a estratégia para as matérias-primas críticas na União Europeia “vem valorizar o potencial dos recursos endógenos de Portugal e potenciar toda a cadeia de valor associada”, desde a prospeção, exploração, processamento e reciclagem. Sublinha ainda a necessidade de diversificar as fontes de matérias-primas, e a falta delas na Europa que “está a tornar-se um desafio, para o qual é necessário encontrar uma solução”.