Na primeira ronda de compras conjuntas de gás natural da União Europeia (UE), a Europa obteve uma quantidade substancial de gás proveniente de gasodutos em detrimento do gás natural liquefeito (GNL). De acordo com informações divulgadas pelo jornal Público, das propostas recebidas de 25 fornecedores, foram atribuídos um total de 10,9 mil milhões de metros cúbicos de gás, ultrapassando a procura total de 11,6 mil milhões de metros cúbicos na plataforma AggregateEU.
Segundo o vice-presidente da Comissão Europeia, Maroš Šefčovič, ao combinar “as ofertas mais atrativas com a procura” das mais de 110 empresas europeias registadas no primeiro leilão, a plataforma gerida pela Prisma acabou por adjudicar um total de 10,9 mil milhões de metros cúbicos. Cerca de 80% do gás negociado provém de gasodutos, enquanto pouco mais de 20% corresponde a GNL.
Embora a plataforma de compras conjuntas tivesse como objetivo “contribuir para a segurança do abastecimento (quer em termos de volume, quer de acessibilidade de preços) com foco no GNL”, os resultados demonstraram que a Europa “fez bem em agregar a procura, para usar o seu poder negocial e trabalhar de forma unida para encher as suas reservas de gás para o próximo Inverno”, garantiu o responsável.
Os números revelam que as ofertas recebidas cobrem 18 dos 21 pontos de entrega virtuais de gasoduto, bem como os dois pontos de entrega de GNL (Norte e Sul) na Europa. Maroš Šefčovič também destacou que “nos países mais vulneráveis, os resultados são particularmente positivos”. Por exemplo, a Bulgária e a Ucrânia tiveram 100% de cobertura de suas necessidades, enquanto a Moldávia alcançou 80%.
Além dos países membros da UE, a iniciativa de agregação de procura também se estendeu aos países da Comunidade da Energia, como Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Macedônia do Norte, Geórgia, Montenegro, Sérvia e Ucrânia. No caso dos Estados-membros da UE, havia uma obrigação de agregar uma procura equivalente a 15% das suas obrigações de armazenamento de gás natural. Essa obrigação implicava armazenar até 80% da capacidade total até o final de 2022 e 90% até o final de 2023. A Comissão Europeia é responsável por identificar as empresas responsáveis por essa procura.
Os participantes do leilão estão agora a ser informados dos resultados de correspondência de ofertas de modo a iniciar as negociações contratuais. Está previsto o lançamento de um segundo leilão na segunda metade de junho, seguido por mais três até ao final do ano. “Eu e a minha equipa vamos continuar a estabelecer contactos com fornecedores internacionais de gás, para atraí-los para rondas futuras”, rematou o vice-presidente da Comissão Europeia.