A Associação Portuguesa dos Operadores Logísticos (APOL), em comunicado, mostra-se apreensiva com a organização próxima da Jornada Mundial da Juventude, em particular pelo desconhecimento até à data do Plano de Mobilidade de um evento desta dimensão, pelo impacto que o mesmo terá no normal funcionamento da cidade e das empresas.

“A APOL enquanto representante dos operadores logísticos em Portugal, tem tentado abordar as várias entidades públicas com competências sobre a organização do evento (Governos e autarquias) no sentido de apurar qual o planeamento previsto para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2023), sem qualquer sucesso até ao momento”.

Como sublinha a associação, trata-se de um evento de grandes dimensões, um dos maiores, se não mesmo o maior em termos de pessoas esperadas, que por decorrer num curto intervalo de tempo “implicará um desafio especial e diferente de grandes eventos como a Expo 98 ou o Euro 2004”.

Pelas suas características e por tudo o que implicam e exigem, estes eventos geram grandes desafios logísticos e desejavelmente devem envolver um cuidadoso e antecipado planeamento por parte de entidades públicas e privadas, mas o Governo ainda não divulgou o Plano de Mobilidade aplicável às zonas onde vai decorrer o evento, nem às zonas previsivelmente afetadas.

“A ausência de divulgação das regras de circulação de pessoas e mercadorias para os dias antes, durante e após o evento, causa grandes constrangimentos a todos os sectores, com especial destaque para o sector da Logística, imprescindível para suportar um evento desta dimensão”, sublinha a APOL.

Preocupada, a Associação dos Operadores logísticos antecipa já “fortes constrangimentos que podem não só afetar a realização do evento, como inclusive a imagem do próprio país”, instando por isso os poderes públicos competentes a promover “uma rápida partilha de informação sobre tais regras de circulação”.

 

Alguns números da JMJ 2023
>> Peregrinos:
  • Há 313 mil peregrinos com inscrição finalizada, que representam 151 países diferentes;
  • Os países com mais peregrinos que finalizaram a sua inscrição são: Espanha (58 531), Itália (53 803), França (41 055), Portugal (32 771) e EUA (14 435);
  • 70% dos peregrinos que finalizaram a sua inscrição requereram alojamento, totalizando 214 500 inscrições para alojamento neste momento;
  • Através das Paróquias nas Dioceses de Acolhimento (Lisboa, Santarém e Setúbal) a JMJ Lisboa 2023 já identificou 7.138 Famílias disponíveis para acolherem jovens peregrinos nas suas casas;
  • No total estão identificados mais de 472 926 lugares de pernoita para os peregrinos, 24 198 dos quais em Famílias de Acolhimento;
  • A grande maioria dos peregrinos inscritos para a JMJ Lisboa 2023 (cerca de 90%) requereu o apoio de alimentação, totalizando neste momento 289 mil jovens;
  • Está já contratualizado pela JMJ Lisboa 2023 o fornecimento de quase 3 milhões de refeições.
>> Voluntários:
  • Há 22 282 voluntários com o processo de inscrição completa;
  • Os voluntários são oriundos de 143 países diferentes;
  • Há 500 voluntários exclusivamente da área da Saúde, nomeadamente médicos, enfermeiros e estudantes do final da Licenciatura que assegurarão a prestação de primeiros socorros a todos os peregrinos ao longo da semana do encontro.
>> Bispos e padres:
  • A JMJ Lisboa 2023 conta com 737 bispos inscritos no encontro;
  • Os países com mais bispos inscritos são: Itália (113), Espanha (77), França (75), EUA (76) e Portugal (45);
  • No Parque do Perdão, para administrarem o sacramento da reconciliação, há neste momento 2 600 padres inscritos, que vão permitir confissões nas cinco línguas oficiais da JMJ Lisboa 2023.