No passado dia 28 de junho, a JPM Industry, sediada na Zona Industrial do Rossio, promoveu o evento “Empowering Industries with Robotics, Powered by 5G” para discutir os desafios da crescente robotização das unidades fabris.
O evento contou com a presença dos oradores Yves Klein e Luis Ucedo López da EK Robotics, Fernando León da FANUC Iberia e Luís Lamela da MEO, que partilharam os seus conhecimentos e perspetivas sobre o papel da robótica e tecnologia 5G no fortalecimento das indústrias. A conferência contou ainda com a participação de António Almeida, académico do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, que, por estar próximo do meio industrial, desempenhou o papel de moderador e resumiu as intervenções.
Durante o encontro, o painel enfatizou a importância de uma evolução tecnológica que vá ao encontro com as necessidades das empresas, destacando que os ecossistemas produtivos competitivos são aqueles que conseguem eficientemente combinar equipamentos e pessoas nos processos de fabrico. No entanto, foi ressaltado que apenas injetar tecnologia nos centros de logística não é suficiente para garantir a competitividade das empresas.
Ao longo da conferência foi também apresentada uma visão de futuro baseada em “tecnologia mais barata e com mais capacidade de processamento”, apontando para as tendências emergentes impulsionadas pela robotização e pelas novas tecnologias de comunicação e processamento de dados, tais como uma produção mais sustentável que visa a reutilização, reciclagem e a redução do consumo de matérias-primas e energia.
Outro dos pontos abordados foi o aumento das exportações de tecnologias avançadas por parte de Portugal, o que gerou preocupação entre os participantes já que também as importações desses equipamentos estão a aumentar. Essa dinâmica suscitou reflexões sobre a necessidade de fortalecer a produção interna de tecnologia para reduzir a dependência externa.
Outro tópico em destaque durante o debate foi a possibilidade de setores produtivos regressarem à Europa após a deslocalização para a Ásia. Essa discussão abriu espaço para reflexões sobre as oportunidades que essa mudança poderia trazer, incluindo a criação de empregos locais e o fortalecimento da economia europeia. Além disso, os oradores abordaram a “democratização da robótica”, apontando para a crescente integração de soluções e equipamentos em diversos sistemas produtivos. Essa tendência visa tornar a robótica mais acessível e adaptável às necessidades das empresas de diferentes tamanhos e setores.
Apesar das transformações impulsionadas pela robotização, enfatizou-se que os seres humanos continuarão a desempenhar um papel fundamental nas fábricas. Foi destacado que, à medida que as tarefas rotineiras e repetitivas são assumidas pelas máquinas, os trabalhadores terão a oportunidade de se concentrarem em atividades de “maior valor acrescentado”. Desta forma, a evolução do papel humano no contexto da automação industrial foi vista como uma oportunidade para o desenvolvimento de habilidades especializadas e criativas.