Avaliado em 136 mil milhões de dólares, nos Estados Unidos, o mercado da inteligência artificial (IA) cresceu significativamente e espera-se que se expanda mais 37,3% entre 2023 e 2030. Como tal, esta procura crescente e a introdução de IA generativa e de modelos avançados de GPT terão de ser acompanhados por normas e práticas responsáveis no procurement. O Fórum Económico Mundial (WEF) e o GEP, em parceria, produziram um relatório que analisa a utilização da IA no sector privado e a forma responsável como pode ser adotada.

 

“À medida que a utilização da inteligência artificial (IA) continua a crescer em todos os sectores, tornou-se imperativo para as empresas comerciais garantir que as soluções de IA que adquirem são responsáveis e éticas”, afirmou Mudit Kumar, Vice-Presidente, Consultoria, do GEP.

Embora o potencial de valor acrescentado que a IA pode trazer ao procurement seja enorme, também é importante compreender as potenciais consequências negativas e até perigosas. Por isso, o WEF e o GEP fizeram uma parceria para em conjunto produzir o relatório ‘Adopting AI Responsibly’, criando um guia abrangente para facilitar o processo de identificação, seleção e implementação de soluções de IA de forma responsável e ética.

“Utilizar a IA de forma responsável é importante, não só porque as organizações têm uma responsabilidade social e uma reputação a manter, mas também para a viabilidade a longo prazo e o bem-estar das empresas e da sociedade. Isto inclui a proteção das empresas contra potenciais riscos futuros, particularmente relacionados com áreas como a propriedade intelectual, os dados e a privacidade”, acrescentou Kumar.

Para que precisam as empresas de IA?

Remontando aos primórdios da computação, as empresas começaram a experimentar a IA para sistemas baseados em regras e sistemas especializados para analisar dados e fazer previsões. No entanto, limitada às suas capacidades, a aprendizagem automática estava a desenvolver-se na década de 1990, permitindo que os sistemas aprendessem com os dados e melhorassem ao longo do tempo. Na década de 2000, as empresas começaram a ver o potencial que a IA tinha para melhorar as operações e impulsionar o crescimento, o que resultou em investimentos significativos.

Principais fatores de adoção da IA:

  • Automatização
  • Tomada de decisões com base na IA
  • Maior rapidez e precisão
  • Redução de custos
  • O tempo humano pode ser gasto em tarefas mais complexas e estratégicas
  • Otimização de preços
  • Identificação de oportunidades de negócio
  • Tomada de decisões de investimento

 

“Embora a IA esteja a tornar-se uma ferramenta cada vez mais importante para as organizações, para que as suas vantagens sejam plenamente concretizadas, estas têm de investir nas infra-estruturas, nos talentos e nas tecnologias necessárias. Além disso, as empresas devem abordar os desafios associados à aquisição e implementação de soluções de IA, como a falta de conhecimentos especializados, a privacidade dos dados e as preocupações com a segurança”, afirmaram o GEP e o WEF.

Com o sector privado a considerar a aquisição e a implementação de tecnologias de IA um desafio por várias razões, incluindo a falta de competências, a falta de definição de estratégia, a qualidade dos dados e a falta de um manual estabelecido a seguir, o documento produzido pelas duas entidades visa facilitar o procurement responsável e ético de soluções de IA e ML em organizações comerciais, desenvolvendo diretrizes abrangentes e um “kit de ferramentas prático”.

“Ajudará as empresas a avaliar as soluções de IA/ML por meio de uma estrutura de procurement robusta, bem como a construir uma abordagem holística para adquirir e implantar soluções de IA para atingir os objetivos organizacionais”, explicam o GEP e o WEF. Trata-se, no fundo, de um guia passo a passo para ajudar a avaliar e compreender os fornecedores durante o processo de compra, bem como ajudar a selecionar a melhor opção para os requisitos da organização.

Entre as guidelines fornecidas pelo documento inclui-se:

  • Um quadro de avaliação holística
  • Avaliar tudo, desde o risco à ética e aos preconceitos para uma aquisição responsável
  • Servir como um guia agnóstico do sector para a aquisição de IA
  • Permitir a tomada de decisões, equilibrando as necessidades comerciais com a responsabilidade social e ética
  • Fornecer um quadro de colaboração que reúna as principais partes interessadas

Encontra o relatório para download AQUI.