A Boluda tem vindo a afirmar-se como um forte player no mercado do transporte marítimo, nomeadamente através de investimentos significativos que fomentam a sua estratégia de internacionalização. O country general manager da Boluda Lines Portugal, Ricardo Jorge Alves, fez um ponto de situação à Supply Chain Magazine sobre a atuação da Boluda a nível global e em Portugal, bem como o que espera para o futuro da companhia e do setor.

A história da Boluda teve início há mais de 100 anos e, desde então, o seu crescimento tem sido gradual e forte. Atualmente está presente em mais de 50 países, passa por 148 portos e tem uma frota de mais de 600 rebocadores. Os esforços estão reunidos para que o crescimento seja constante e inegável. “Ao longo dos últimos anos, vários investimentos têm sido realizados com o objetivo de fortalecer ainda mais o grupo, nomeadamente com novas rotas e serviços, aquisição de novos navios e ampliação da rede de terminais”, afirma Ricardo Jorge Alves.

Uma das recentes apostas da transportadora marítima foi a compra da Smit Lamnalco, empresa especializada em serviços de reboque, que permite à Boluda tornar-se “líder mundial no setor dos rebocadores”, segundo o country general manager. Este investimento reforça um dos três segmentos estratégicos de atividade da empresa: Boluda Towage (serviços de reboque), Boluda Shipping (transporte marítimo e terrestre) e Boluda Terminal (serviços portuários). 

“O caminho do sucesso será o da contínua aposta e investimento nestas três áreas de atuação”, garante Ricardo Jorge Alves. Neste sentido, um dos objetivos a atingir ao longo dos próximos anos é apostar numa maior internacionalização da Boluda Shipping, nomeadamente através da abertura de novas rotas em “mercados-chave” considerados “fundamentais” para a companhia. 

Foco na internacionalização
O country general manager conta que há vários projetos a implementar até ao final de 2023, além de pretender reforçar a presença da transportadora em mercados como Canárias, Cabo Verde e Senegal. Uma das metas estabelecidas para atingir a curto-médio prazo, com a entrada de em novos mercados, é a de “uma maior verticalização e expansão na cadeia logística com serviços integrados, como o door/door, armazenagem, seguro de mercadoria e procedimentos aduaneiros”, adianta. 

A Boluda está presente em Portugal, com estrutura própria, há mais de seis anos e esta aposta faz parte da estratégia de internacionalização da empresa. O country general manager assume que ainda há um “longo caminho a percorrer” nesta subsidiária, uma vez que ainda se encontra numa fase de desenvolvimento comercial e operacional. Ainda assim, têm feito “investimentos significativos”, e “é visível nos mercados onde estamos presentes de que forma temos conseguido a preferência de vários parceiros de negócio”.  

O cenário atual do transporte marítimo tem vindo a sofrer grandes mudanças a nível global e, segundo Ricardo Jorge Alves, “fatores demográficos, tecnológicos e de sustentabilidade têm afetado os negócios e moldado várias tendências”. Assim, espera-se que o setor enfrente alguns desafios. “O cenário operacional permanece complexo, com a desaceleração projetada não só em consequência da pandemia, mas também de fortes impactos macroeconómicos combinados com um enfraquecimento da economia da China”, indica, acrescentando ainda o aumento da inflação e o custo de vida. 

Contudo, os desafios também podem gerar oportunidades. O country general manager aponta os novos regulamentos ambientais que podem alterar as atuais rotas, bem como definir investimentos em combustíveis alternativos, o que deverá afetar a estrutura dos portos e logística do próprio setor. Destaca ainda a importância da modernização do sistema de transporte, a renovação da frota, o desempenho dos portos e a procura por novas soluções para que “não sejam interrompidas as cadeias de abastecimento”.

Artigo originalmente publicado na edição 43 da SCM.