Dia 25 de setembro de 2023 marca o calendário português com a primeira celebração do Dia Nacional da Sustentabilidade, um tema que cada vez mais tem ganhado uma maior relevância entre as agendas.

No passado dia 21, a GS1 Portugal, associação sem fins lucrativos responsável pela implementação de standards para a cadeia de valor e pela introdução dos códigos de barras em Portugal, promoveu um momento de tertúlia em que abordou o tema da sustentabilidade, antecipando o Dia Nacional da Sustentabilidade, e onde expôs as suas iniciativas de sustentabilidade e o seu portefólio de serviços para aquele que é um dos pilares da atividade da associação, e que começou desde logo pelo impacto da implementação dos códigos de barras na sustentabilidade das empresas ao desmaterializar os seus processos.

Atualmente, têm sido estipuladas metas e originadas determinadas obrigações em torno da sustentabilidade, o que tem dificultado a ação das empresas. “O Pacto Ecológico Europeu, a Diretiva de Alegações ambientais, o Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis e, mais recentemente, a Diretiva de Relato Corporativo de Sustentabilidade (CSRD – Corporate Sustainability Reporting Directive) colocam às empresas desafios mais ambiciosos quanto à medição, monitorização, relato e, em alguns aspetos, redução do impacto das suas operações no ambiente, na sociedade e em termos de governança”, destaca a GS1 Portugal.

Por ser uma associação sem fins lucrativos, os lucros gerados são redistribuídos em prol das empresas, apoiando-as em diversas áreas, como é o caso da sustentabilidade. Através de iniciativas como a certificação Lean & Green, orientada para as áreas de transportes e logística, a associação faz uma avaliação aos níveis de emissões de carbono das empresas e ajuda-as a baixar as suas emissões carbónicas. “Nesta certificação ambiental, as empresas participantes propõem-se a uma redução inicial de 20% das suas emissões inerentes a este tipo de operações. Esta meta de redução inicial é sucedida de metas de redução subsequentes, previamente definidas, revistas e validados por auditoras independentes, tendo como objetivo final a descarbonização, em linha com o previsto no Acordo de Paris e no Pacto Ecológico Europeu”, explica a GS1 Portugal. Através deste programa, a associação já permitiu uma redução de 2,5 megatoneladas de CO2e.

A GS1 Portugal põe ao serviço da comunidade empresarial um serviço de cálculo das emissões de dióxido de carbono, de âmbito 1, 2 e 3, abrangendo as emissões da totalidade da cadeia de valor. Este serviço é especialmente importante para as PME e as microempresas, que geralmente têm menos fundos disponíveis para dedicar a áreas desta natureza, mas que necessitam destas avaliações para se tornarem competitivas no mercado. Em muitos casos, esta falta de visibilidade para a cadeia de abastecimento já é um fator de exclusão para contratos de fornecimento, e deste modo as empresas mais pequenas passam a poder candidatar-se mais facilmente a contratos públicos que requerem determinadas metas, ou às pressões dos seus clientes para saberem o seu impacto ambiental ao longo da cadeia.

De modo a apoiar as empresas na sistematização de todas as suas evidências de impacto em termos ambientais, sociais e de governança (ESG – environmental, social and governance), a GS1 Portugal concebeu um serviço de elaboração e apoio à auditoria de Relatórios de Sustentabilidade, em reposta à Diretiva de Relato Corporativo de Sustentabilidade.

Aliada à digitalização, desenvolveram novos serviços como o Validata, que visa alinhar, melhorar e partilhar os dados, assegurando a transparência, qualidade da informação e fluxo de partilha de informação entre os diversos intervenientes da cadeia de valor: produtores, distribuidores e consumidores, ou a plataforma SyncPT, utilizada para facilitar o processo de partilha de dados de produtos, disponibilizando-a de forma atualizada e digital.

“A GS1 Portugal perspetiva a sustentabilidade como uma alavanca estratégica, com potencial impacto transversal em toda a sua atividade. Os serviços que disponibilizamos são agentes de eficiência que promovem um impacto favorável das empresas em termos ambientais, sociais e de governança, assente, entre outros aspetos, na rastreabilidade, na eficiência inerente à adoção de standards de negócio e na descarbonização, sem nunca descurar a dimensão social da operação – as pessoas -, e a governança. Adicionalmente, às empresas, acrescentam atributos à reputação, valor à experiência de consumidores e clientes e evidências ao cumprimento das expectativas das partes interessadas”, explica João de Castro Guimarães, diretor executivo da GS1 Portugal. “A interoperabilidade dos sistemas de partilha de dados e a colaboração entre os vários interlocutores das cadeias de abastecimento são essenciais para tornar os negócios mais transparentes, eficientes e sustentáveis”, acrescenta o dirigente.

Foi ainda dado destaque ao Relatório de Sustentabilidade 2021 da GS1 Portugal, que é “um instrumento de trabalho”, que inclusivamente apresentaram em Bruxelas. “No mundo GS1, o primeiro relatório devidamente auditado, seguindo os princípios dos GRI (Global Reporting Initiative) foi o da GS1 Portugal”, orgulha-se João de Castro Guimarães.