Nos últimos anos, as indústrias mundiais aprenderam, de forma seguramente indesejada, uma lição sobre resiliência e adaptação constante às mudanças. Em pouco tempo, foi necessário resolver problemas de aprovisionamento e inflação desmedida no preço das matérias-primas. Dois anos volvidos, a pandemia demonstrou da forma mais dura que estamos longe da autonomia industrial quando se toma a consciência das dificuldades que a indústria portuguesa sente nos seus diferentes setores.
A automatização colaborativa apresenta uma adaptatibilidade crescente, sendo possível implementar não apenas em grandes empresas, mas também em PME, que constituem o principal tecido empresarial português. As tecnologias de automatização estão no mercado para dar resposta à procura constante do mercado, sobretudo com a flexibilidade que a robótica colaborativa apresenta para os diferentes setores, da soldadura até à paletização, e com mais de quinze anos de experiência e segurança comprovadas.
Um dos principais problemas do setor industrial é a crescente escassez de mão de obra. Ainda que o desemprego em Portugal apresente uma tendência de diminuição, com os últimos dados a apresentarem uma queda menos 10 mil desempregados face ao ano anterior, os valores continuam a situar-se acima dos 280 mil desempregados, sendo uma tendência semelhante em todos os setores, e mais sentida em setores como a soldadura, onde a especialização e formação são essenciais. Existe, pois, um desfasamento entre as necessidades das empresas e os valores de desemprego, sobretudo quando confrontados com as necessidades de especialização. Para fazer face a este problema, as PME portuguesas estão a investir na robótica colaborativa como resposta às necessidades, de forma a fazer face ao cumprimento de pedidos de produção e de cobertura de turnos de trabalho.
Durante o último ano, a Universal Robots organizou um tour de eventos com o objetivo de mostrar às PME de todo o país os benefícios da robótica colaborativa. O êxito destes encontros demonstra que as PME industriais estão preparadas para incorporar a robótica nas suas linhas de produção. A empresa tem também criado colaborações com entidades de ensino superior a nível mundial, e ao mesmo tempo, desenvolvendo cada vez mais módulos de formação no UR Academy que permitem uma maior especialização dos colaboradores das empresas que implementam cobots Universal Robots.
“A implementação de tecnologias de automatização fica, muitas vezes, fora do alcance das pequenas e médias empresas por razões de orçamento. Contudo, num contexto de digitalização e de competição à escala mundial, ficar atrás em termos tecnológicos não é uma opção.”, afirma Miguel Oliveira, Sales Manager da Universal Robots para Portugal. “Por isso, muitas empresas encontram na robótica colaborativa um primeiro passo para a otimização dos seus processos para reduzir custos e serem competitivas. Ao poderem trabalhar em espaços pequenos ao lado dos operadores, não requererem grandes conhecimentos de programação ,e poderem assumir tarefas diárias mediante reconfigurações rápidas e fáceis, os robots colaborativos são uma tecnologia acessível para estas empresas.”, sublinha ainda Miguel Oliveira.
Em Portugal, as PME representam 99,9% das empresas e geram mais de 3 milhões de postos de trabalho, de acordo com dados da PorData. A baixa produtividade, capacidade exportadora limitada e pouco investimento em inovação são algumas das dificuldades que estas empresas costumam enfrentar. O resultado revela-se numa baixa competitividade. De acordo com dados do Eurostat, em Portugal, as vendas de uma grande empresa equivalem a 264 mil euros, enquanto que numa PME este valor desce para os 95 mil. O desequilíbrio territorial português é outro dos desafios que a indústria enfrenta e que incentiva a automatização. É fácil verificar estes desequilíbrios com a existência de mais empresas em grandes zonas urbanas, face a zonas mais desertificadas no interior do país.
A principal questão é a de criar uma maior sensibilização sobre a necessidade de proteger os territórios rurais face ao despovoamento, o desinvestimento e a perda de infraestruturas. A chegada de projetos baseados em robótica não apenas atrai talento jovem que dinamiza essas regiões, como também melhora a competitividade das empresas locais.