A comissão que se diz independente, mas que já se sabia ter elementos que defendiam anteriormente a solução do novo aeroporto em Alcochete, chegou à conclusão que Alcochete e Vendas Novas são os dois locais ideais para a localização do futuro projeto.
A “pedra no sapato” desta estranha comissão independente é que a localização de Vendas Novas é inatacável de qualquer perspetiva de estudo e acerrimamente defendida pelas associações de ambientalistas.
Entre Montijo e Alcochete encontram-se 82% da totalidade das aves do estuário do Tejo, mas também estranhamente este facto é algo que não fez demover Sócrates, Pedro Nuno Santos e a recente comissão independente, da solução de Alcochete, mesmo com um estudo de impacto ambiental caducado e que coloca esta solução no mesmo patamar burocrático de Vendas Novas, embora esta solução não colida com a presença de aves no seu território…
Vendas Novas curiosamente em alguns órgãos de comunicação social é apresentada como segunda opção, a meu ver estranhamente, uma vez que possui linha ferroviária, tem autoestrada, tem inúmeros terrenos do Estado (ministério da Defesa), não tem aves migratórias, não sofrerá a curto prazo com a subida do nível das águas do mar, tem oleoduto, etc., etc.
É compreensível que para quem já fez investimentos imobiliários no Montijo e em Alcochete, a solução de Alcochete se apresente como a melhor, mas uma coisa são os interesses económicos outra coisa são os interesses ambientais… uma vez que podemos até ter várias opções para um aeroporto, mas só podemos ter uma opção e uma chance para o planeta.
Esperemos que uma vez mais em Portugal se faça o que é melhor para o país e para o planeta, de forma a não ceder sempre aos interesses.
Paulo Freitas do Amaral, Professor de História