A saída de trabalhadores das empresas pode ser voluntária ou involuntária, desejada ou indesejada. A saída até pode ser de alguém que possa estar menos ajustado à cultura, à função, etc e que em resultado disso possa ter um rendimento menos positivo face aos resultados pretendidos. Possivelmente está numa posição desconfortável que pode ser negativa não só para si como para a empresa ou até para alguns elementos do grupo. Nesse caso quem sabe não será mesmo a melhor opção! A tal saída “desejada”.
No entanto, importa perceber o porquê de acontecerem as saídas indesejadas. Aquelas que implicam elementos válidos e que se vão embora de forma aparentemente voluntária. Aparentemente porque a saída pode dever-se a fatores que empurram os trabalhadores, sendo que este não seria o caminho caso não existissem tais fatores.
IMPORTA ÀS EMPRESAS PERCEBER O QUE ACONTECEU NESSA “ÚLTIMA MILHA”
À semelhança do que acontece na gestão de transportes na última milha, que exige um esforço na sua gestão, onde importa olhar de forma particular para as entregas e ajustar a estratégia, o mesmo se pode aplicar, de certa forma, à gestão de recursos humanos nesta fase.
Importa estar consciente dos custos que implicam os processos de recrutamento e toda a incerteza que está associada a uma nova entrada. Importa ainda ter presente que não são só os custos diretos de recrutamento que estão associados. Existem outros custos/implicações que têm de ser contabilizados/considerados (perda de conhecimento específico, descontinuidade de projetos, custos de formação, employer branding, etc).
Assim, a bem de um futuro sustentável das empresas, seria importante que muitos dos gestores de Recursos Humanos (e não só) conseguissem entender que as palavras bonitas que podem aparecer por todo o lado, nomeadamente, nas capas das agendas, nos posts das redes sociais, nos discursos dos gestores das diversas áreas, etc não são a solução de muitos dos problemas nas empresas. Como ouvi alguém dizer numa conferência, isso são apenas palavras fofas (nada têm por dentro, se é que me faço entender!). O problema pode mesmo estar na cultura da empresa que advém da gestão de topo (e não só), nas decisões que apenas olham para um lado e o favorecem em detrimento do lado mais humano. As empresas são feitas de pessoas e são elas o motor!
Sempre foi importante, e foram necessárias décadas a interiorizar isso, mas hoje, mais do que nunca, a área de Recursos Humanos é nuclear nas empresas. É necessário dar um “murro na mesa” e acabar com certos ideais que não valorizam o motor das empresas.
As empresas são feitas de pessoas e são elas o motor. Já tinha escrito isto? Talvez, algures…
Estarão os gestores de Recursos Humanos capacitados para mudar a gestão das empresas? Confesso que muitas vezes tenho muitas dúvidas da força ou vontade de alguns…
Hugo Gonçalves, fundador da RSDG Human Capital