Nuno Ferraz é o head of procurement and purchasing da Brisa. Conta com quase 20 anos de experiência no setor e revela-nos que a sua carreira resultou de uma oportunidade que surgiu em 2005, e que prontamente abraçou. Gosta de desafios e valoriza quem também não tem medo de os enfrentar.
SCM – O que o levou a escolher esta profissão?
Nuno Ferraz – Antes de iniciar a minha jornada no procurement, era gestor de produto, onde já tinha uma relação muito próxima com fornecedores. Acabou por aparecer uma oportunidade para ser procurement manager, numa organização que estava a considerar como estratégica o desenvolvimento desta função centralizada. Não hesitei em entrar no projeto.
Qual o maior desafio para uma equipa de procurement dentro da organização?
Depende de vários fatores, como por exemplo, a maturidade da organização ou o contexto mono/multigeografia. Quando se centraliza a função de procurement, considero que o maior desafio da equipa é a gestão da mudança, em particular nas atividades de sourcing estratégico, para se demonstrarem as vantagens da especialização da função de procurement. Em organizações que operam em contexto multigeografia, o maior desafio é a diversidade, seja cultural, regulatória ou jurídica, para se conseguir implementar e adaptar as estratégias globais a cada operação local.
Três competências-chave que mais valoriza ou que considera fundamentais num profissional de compras e procurement?
As 3 competências-chave que mais valorizo são, em primeiro lugar, competências comportamentais e comunicação (fundamentais para compreender a outra parte, seja colega ou fornecedor, e constituem a base para se ser um bom negociador), a capacidade analítica (é essencial saber estruturar e interpretar dados para definir estratégias de negociação. Isso inclui avaliar as tendências de mercado, identificar oportunidades e gerir riscos de forma eficaz) e ter uma atitude challenger (é importante saber desafiar o status quo, questionar e adotar uma postura proativa na resolução de problemas e na criação de valor. Essa mentalidade impulsiona a inovação e o progresso dentro da organização).
Artigo publicado na revista SCMedia News #51.