Segundo o estudo da Deloitte “2023 Global Chief Procurement Office Survey”, a estratégia mais utilizada pelos CPO para a geração de valor é o aumento da colaboração com os fornecedores (61%), apresentando uma grande margem face ao investimento em transformação digital, que ocupa o segundo lugar com 42% dos inquiridos.

O estudo teve em conta cerca de 350 líderes de procurement seniores, de mais de 40 países, e concluiu que a eficiência das operações (74%), ESG (72%), transformação digital (72%) e melhoria das margens através da redução de custos (71%) estão no topo das prioridades das empresas, tendo ainda destacado a gestão de risco (69%), desenvolvimento de resiliência da cadeia (68%), novos produtos/serviços e expansão para novos mercados (65%) e expansão orgânica (65%).

O estudo destaca ainda o crescimento que os ESG têm apresentado, sendo que em 2021 encontrava-se em 7º lugar, com 68%, e entre as principais estava a inovação com 73%.

O 2023 Global Chief Procurement Office Survey mostrou que houve uma redução ligeira na priorização da redução de custos, tendo perdido 7% face ao anterior. No entanto, tal como em 2021, esta foi a “forte prioridade” mais indicada (por 43% das empresas), em resposta ao maior disco: inflação. Devido à inflação, houve uma descida de 22% no plano de performance dos CPO, no que respeita a poupanças de custos, e apenas 30% atingiram as suas metas. O aumento das margens foi outra das “fortes prioridades” indicadas, também com 43% dos inquiridos a indicar esse ponto.

A nível das áreas em que devem desenvolver talento para o desempenho da função, 61% dos líderes indicou o sourcing estratégico/gestão de categoria, seguindo-se ESG (52%), análise de dados (51%), aprovisionamento e negociação (48%) e liderança (46%). O estudo também revelou que a maioria dos CPO tencionam investir um maior valor dos seus orçamentos nestas formações.

Relativamente aos impactos nos últimos 12 meses, o aumento dos custos face à inflação foi o mais apontado como tendo um grande impacto nas empresas, enquanto 37% apontou terem um impacto moderado, seguindo-se as faltas de stock (50% com grande impacto/31% com impacto moderado), aceleração dos transportes para manter as cadeias a fluir (25% grande impacto/35% impacto moderado) e a perda de talento crítico (13%/34%).

Ao nível do risco, face ao apontado em 2021, as variações são maiores. Quando no estudo anterior apenas 5% apresentaram a inflação como um dos maiores riscos para as suas operações, em 2023 este valor subiu para 62%. No caso das incertezas políticas, deu-se um aumento para quase o dobro, de 24% para 46%, seguindo-se a resiliência no abastecimento, que reduziu de 47% para 42%, e surgiu uma nova preocupação que não estava contemplada em 2021: aquisição e retenção de talento, com 41%.

“Olhando para o futuro, prevemos que o ambiente de negócios global continuará a ser volátil, incerto, complexo e ambíguo. O desenvolvimento de modelos operacionais, o investimento e o acesso ao talento necessário e a habilitação de capacidades digitais para ajudar na tomada de decisões e execução provavelmente diferenciarão aqueles que ganham de todos os outros. Prevemos que as lacunas de desempenho e capacidade cresçam entre as organizações de compras que podem gerir proativamente esse ponto de inflexão atual e fazer o investimento necessário na transformação e entre aquelas que não podem”, indica ainda o estudo.