Os ataques dos Houthis no Mar Vermelho estão a beneficiar os portos de Lisboa e Sines, uma vez que, nos primeiros dois meses de 2024, a carga movimentada em ambos os portos registou um aumento acima dos 20%. Se considerarmos apenas o tráfego de contentores, o porto de Sines destaca-se com uma subida de 39%, avança a TVI.
O presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve, José Luís Cacho, referiu à estação de televisão portuguesa que este aumento “deve-se essencialmente ao crescimento da carga da Ásia para a Europa, e também ao crescimento orgânico do porto porque todos estes investimentos que têm vindo a ser feitos em Sines estão agora a começar a gerar um aumento orgânico, um aumento natural”.
Foram várias as transportadoras que, no final de 2023, alteraram as suas rotas para evitar as tensões no Mar Vermelho, tendo optado pela passagem pelo Cabo da Boa Esperança para ligar a Ásia à Europa. No entanto, esta é uma alternativa que gera transit times mais longos.
“A necessidade atual dos armadores de usarem a rota atlântica permite que os grandes porta-contentores cheguem mais facilmente à Europa, impulsionando os números de movimentação de carga”, comenta Diogo Marecos, administrador da Liscont, citado pelo Diário do Distrito.
Fruto deste aumento da carga em Sines, José Luís Cacho afirma que “este ano devemos chegar ao mítico número dos 2 milhões de TEUS de contentores em Sines. Esperamos até ultrapassar este número. Penso que é expectável podermos atingir os 2,2 milhões de contentores e, no próximo ano, devemos chegar aos 2,7 milhões de contentores movimentados em Sines”.
Nos primeiros dois meses do ano, o aumento da carga movimentada em todos os portos portugueses foi de 11%, ainda que os portos de Leixões, Faro e Aveiro não tenham registado dados significativos.