Já saiu o “State of Logistics 2024” do Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP). Publicado anualmente, este 35.º Relatório sobre o Estado da Logística, conclui que as cadeias de abastecimento dos EUA, pressionadas pela volatilidade económica global – incluindo a inflação, as alterações climáticas e os conflitos geopolíticos – estão a melhorar as suas capacidades, investindo em tecnologias para acelerar a resiliência, a agilidade e a flexibilidade para navegar nas perturbações atuais e futuras da supply chain.
Produzido anualmente para o Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP) pela empresa de consultoria global Kearney e apresentado pela Penske Logistics, o relatório anual (State of Logistics 2024) oferece uma visão geral da economia americana na ótica do setor de logística e o seu papel nas cadeias de abastecimento em geral.
Tanto os expedidores como os transportadores estão a enfrentar uma economia global turbulenta, que se caracteriza por uma combinação de inflação persistente e uma procura ainda fraca. Para além da incerteza, há uma intensificação das tensões geopolíticas e climáticas nos mercados mundiais e nas redes logísticas das quais estes mercados dependem.
O relatório é uma compilação abrangente das principais informações de logística de todo o mundo e destaca as tendências do setor e os principais conhecimentos sobre as cadeias de abastecimento em constante evolução em vários setores.
A edição agora lançada concluiu que a incerteza é agora uma quase constante na economia global e que a forma mais inteligente de responder a tempos difíceis é reativar projetos estratégicos e reunir recursos para melhorar a resiliência. Prevê-se que a economia mundial registe um crescimento lento de 2,5% até 2024, o que representaria a metade da década mais lenta em 30 anos. A procura ainda não recuperou totalmente, com uma miríade de forças em jogo, e os novos motores de crescimento terão de ganhar força antes do setor ver a maré mudar.
Eis alguns destaques e dados-síntese:
- Os custos logísticos das empresas norte-americanas cifram-se em 2,3 mil milhões de dólares, o que se traduz em 8,7% do PIB nacional.
- Existem várias razões pelas quais a procura ainda não recuperou totalmente, sendo as principais os conflitos geopolíticos simultâneos em todo o mundo, as alterações climáticas (que afetaram as rotas marítimas), a inflação e as taxas de juro elevadas e, para além dos Estados Unidos, a fraca procura.
- Como resultado dos ventos contrários do lado da economia e da instabilidade geopolítica, a fragmentação contínua do comércio global está a complicar as transações da cadeia de abastecimento. Mais de 1.000 freight brokers norte-americanos fecharam portas desde que o relatório de 2023 foi lançado.
- Alguns dos maiores fabricantes e retalhistas estão a tentar rentabilizar as suas próprias capacidades logísticas, ao mesmo tempo que encaram os sucessos da sua cadeia de abastecimento como um serviço para comercializar e lucrar.
- Os transportadores têm sido afetados por elevados custos operacionais, enquanto que a fraca procura e o excesso de capacidade têm dificultado a cobrança de taxas que lhes permitam manter e proteger as suas margens.
- Os fornecedores de serviços logísticos a terceiros continuam a enfrentar desafios significativos neste momento, que incluem custos operacionais e de seguros elevados, taxas de frete baixas e excesso de capacidade. Será que isto conduzirá a uma maior consolidação do setor?
- Prevê-se que os investimentos em tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, a visibilidade de ponta a ponta e a automatização avançada, se traduzam numa vantagem competitiva e numa maior resistência a futuras perturbações no setor da logística.
- As grandes empresas mundiais adotaram objetivos ambientais rigorosos. Foram lançados mais programas de financiamento governamental para incentivar iniciativas de descarbonização, o que indica um progresso, tanto no setor público como no privado, em direção a níveis mais elevados de sustentabilidade.
“A volatilidade contínua leva os nossos clientes a repensar e a reconfigurar as capacidades logísticas que impulsionam as suas cadeias de abastecimento. Tanto os expedidores como os transportadores constatam que as pessoas, os processos e as ferramentas que movimentam as mercadorias e a informação nas cadeias de abastecimento globais são frequentemente inadequados para as suas necessidades e requerem um investimento acelerado. O relatório sobre o estado da logística mostra o que está a acontecer, onde e porquê.”, salientou Josh Brogan, partner da Kearney e principal autor do “2024 State of Logistics Report”, citado em comunicado de imprensa.