A digitalização e a sustentabilidade são duas das principais forças motoras do procurement, de acordo com o relatório “Where procurement is going next”, que a consultora McKinsey acaba de publicar.
Introduzindo o tema, a consultora começa por realçar que o procurement enfrenta atualmente exigências múltiplas e simultâneas. As equipas têm de mitigar o impacto da inflação, ao mesmo tempo que gerem os riscos relacionados com os fornecedores que podem prejudicar a reputação ou ameaçar a continuidade do negócio.
Este contexto – acrescenta o documento – está a provocar uma mudança na estratégia, com as empresas a abandonarem as abordagens convencionais à globalização e à consolidação de fornecedores, a favor de um novo modelo que dá prioridade à diversificação de parceiros e à gestão de risco. Em muitas categorias, têm ainda de gerir uma crescente volatilidade de preço, adotando uma abordagem dinâmica que lhes permita protegerem-se de futuros aumentos de custos ou aproveitando oportunidades de poupança em mercados favoráveis.
Acresce que as equipas de procurement estão na linha da frente da transição sustentável, encarregadas pelas suas organizações de identificar, qualificar e desenvolver iniciativas que possam ser eficientes do ponto de vista dos recursos e com baixo impacto ambiental, nomeadamente do ponto de vista das emissões de carbono.
Segundo a McKinsey, os líderes de procurement são igualmente desafiados a reinventar as suas próprias organizações, dado que muitos enfrentam escassez de talento, quer no que toca às competências tradicionais, quer no que respeita às novas capacidades técnicas e analíticas decorrentes das tecnologias digitais. Esta escassez enfatiza o papel das soluções digitais, levando as empresas a iniciarem uma transformação a esse nível.
A propósito, a consultora reforça que o digital faz a diferença: “Quando se comparam as organizações de procurement vemos que as melhores são as que percebem que o sucesso neste ambiente complexo e dinâmico requer uma tomada de decisão baseada nos dados”, pode ler-se. Essas empresas investiram em infraestruturas digitais e em ferramentas analíticas.
Outra área em que o benchmark mostra diferenças significativas prende-se com o ESG – Ambiente, Social e Governance. As empresas que se destacam incorporaram a sustentabilidade na estratégia de negócio e estão a desenvolver ferramentas para continuar a melhorar o seu desempenho neste domínio, nomeadamente adotando medidas de descarbonização progressiva e recorrendo a fontes duplas para prevenir os riscos associados com os fornecedores.