O Governo e o setor público reduziram os prazos de pagamento aos seus fornecedores de 72 dias, em média, em 2023, para 65 dias, em 2024, segundo o estudo EPR2024 Portugal, desenvolvido pela Intrum, sobre os prazos de pagamento a empresas portuguesas, as suas prioridades e preocupações.

De acordo com o estudo, os prazos de pagamento a fornecedores efetuados em Portugal estão “muito acima do que seria o ideal”, sendo que apenas os setores farmacêutico, medicina e biotecnologia se encontram abaixo dos 50 dias, pagando aos fornecedores, em média, em 49 dias.

No entanto, a área dos transportes e logística é a que mais demora a pagar aos fornecedores, rondando uma média de 75 dias. Em 2023, a média registava 62 dias. Por sua vez, o Governo, o setor público e a área da construção registaram uma diminuição nos prazos de pagamento, sendo que, esta última, demorou cerca de menos quatro dias a efetuar os pagamentos em comparação com o ano passado.

“Apesar de alguns sinais positivos, existem claros sinais de degradação na disciplina de pagamentos que afetam profundamente a respetiva saúde financeira das empresas nacionais. As empresas estão conscientes de que pagar tarde as suas faturas pode causar problemas significativos aos seus fornecedores, mas estão a fazê-lo mesmo assim. Os fornecedores a quem pagam com atraso podem ter dificuldades para pagar aos seus próprios fornecedores nos prazos, e assim sucessivamente. Cada organização deve fazer mais para evitar este círculo vicioso”, alerta Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum.

Recentemente, o Governo anunciou o plano “Estado a pagar em 30 dias”, medida que a Intrum congratula. Para Luís Salvaterra, esta decisão irá reduzir ainda mais a média de dias que o Governo e o Setor Público demoram a pagar aos seus fornecedores, permitindo agilizar os pagamentos.