A LVMH anunciou, esta terça-feira, a intenção de acelerar a sua estratégia de supply chain, reforçando as auditorias e os controlos. O anúncio, feito pelo chief financial officer, Jean-Jacques Guiony, surge na sequência da investigação desencadeada pelas autoridades italianas a fornecedores da Dior, a segunda principal marca de moda do grupo.
De acordo com a Reuters, que divulgou a situação em junho, a investigação tem na origem denúncias sobre as alegadas condições de trabalho degradantes praticadas em empresas subcontratadas pela marca.
Falando no contexto da publicação dos resultados financeiros do primeiro semestre, o porta-voz do grupo acrescentou que, embora não estivesse a par da alegada exploração dos trabalhadores, a LVMH aceitava toda a responsabilidade.
Para atenuar esta situação, o grupo pretende aumentar a integração vertical na cadeia de fornecimento da Dior, a qual se encontra abaixo da média do grupo, de 60%. Deste modo, a empresa terá maior possibilidade de controlar as várias etapas do processo de produção e da supply chain.
Este anúncio acontece também depois de alguns investidores terem exortado a LVMH a tomarem medidas mais agressivas para monitorizar os seus fornecedores.
É o caso do fundo Amundi, que detém uma quota de 0,6%, no valor de 2,2 mil milhões de dólares: “Esperamos que estas alegações sejam abordadas com seriedade e contribuam para acelerar melhorias, nas políticas e nas práticas, de modo a garantir uma gestão proativa dos riscos da cadeia de abastecimento, incluindo os que envolvem as condições laborais”, disse, à Reuters, a diretora global de ESG, Caroline Le Meaux.