Dinora Guerreiro é a procurement business area manager da Volkswagen Autoeuropa. A sua carreira pela área das compras já soma uns bons anos, uma jornada repleta de desafios mas, sobretudo, experiências enriquecedoras a nível profissional. O caminho que a levou onde está hoje é longo, e foi por isso que contou à SCM o que a levou a escolher a área de procurement, quais os maiores desafios, e as competências-chave para trabalhar numa equipa de compras.

O percurso profissional de Dinora Guerreiro iniciou-se em 1999 quando terminou a licenciatura em Organização e Gestão de Empresas no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Começou por realizar um projeto de estágio na Autoeuropa centrado na preparação do departamento de compras para a integração no mundo Volkswagen, partindo dos sistemas cooperativos implementados na Ford. Mais tarde passou a integrar a equipa de gestores de materiais de não produção, tendo trabalhado na gestão de stocks e dando resposta às necessidades de diferentes áreas. 

Numa reestruturação departamental passou pela posição de compradora e, posteriormente, de coordenadora de compras, função em que adquiriu serviços e equipamentos de suporte à atividade da fábrica. Alguns anos depois passou pela “casa-mãe”, na Alemanha, onde conheceu os processos de compras de produção e estabeleceu uma ponte com empresas portuguesas. Já em Portugal, trabalhou diretamente com o departamento de logística nas áreas de logística operacional, transportes e supply chain. 

Desde 2023 que se encontra na área de compras, cuja responsabilidade passa pela gestão da compra para os projetos de investimento para a fábrica, e dos serviços de suporte ao funcionamento da unidade produtiva. Adicionalmente, gere o armazém dos materiais de suporte à produção, desenvolvendo estratégias de otimização de stocks e consignação com fornecedores de não-produção.

 

SCM – O que a levou a escolher esta profissão?

Dinora Guerreiro – A responsabilidade da área de Procurement é muito abrangente, pois permite fazer parte do desenvolvimento da empresa dando suporte às áreas que necessitam de desenvolver e adquirir algo. Para além da sua abrangência, motivou-me bastante o desafio de estabelecer laços e fronteiras com outras empresas. Desta forma, participo no seu desenvolvimento e suporto-as sempre que surge algum imprevisto.

Qual o maior desafio para uma equipa de procurement dentro da organização?

Nas organizações menos estruturadas, o maior desafio é perceber a vantagem competitiva e ter esta competência na sua organização, e a complementaridade que a equipa permite às áreas técnicas. Por outro lado, nas organizações mais estruturadas, consegue-se estabelecer estratégias conjuntas de compras integradas, podendo inclusive estabelecer acordos de médio/longo prazo com o foco do win-win entre as partes.

Quais as três competências-chave que mais valoriza, ou considera fundamentais num profissional de compras e procurement?

Uma das competências-chave da equipa de compras é o sentido de responsabilidade que lhe permite fazer uma análise estratégica e um planeamento dos diferentes temas. Outra competência relevante é a integração com as áreas técnicas. Sendo importante colocar-nos “nos sapatos do outro”, permite definir a estratégia adequada para cada processo de compra. Por último, a capacidade de negociação e comunicação do profissional de compras. Estas capacidades permitem uma transparência dos processos com foco nos objetivos estabelecidos. São estas competências que nos permitem chegar à verdadeira relação de parceria.