O procurement está a conquistar o seu lugar nas organizações, embora ainda haja muito caminho a percorrer até que a relação com a administração seja próxima. Esta ilação resulta do relatório “The Global State of Procurement and Supply Chain 2024”, do CIPS – Chartered Institute of Procurement & Supply.
O estudo resulta de um inquérito a responsáveis pelo procurement em 122 empresas, que, em conjunto, respondem por receitas na ordem dos 73 mil milhões de dólares.
Assim, 68% dos inquiridos relataram um aumento do poder do departamento de procurement nas respetivas empresas, mas apenas 14% descreveram como “próxima” a relação com a administração.
Isto não obstante, em mais de dois terços das companhias, gerirem cerca de 60% das despesas diretas com bens. Acresce que as empresas continuam relativamente pequenas, com 51% a empregarem cerca de 20 pessoas.
O relatório mostra ainda que 69% das empresas envolvidas pretende investir em medidas de sustentabilidade, 65% propõem-se apostar nas tecnologias digitais e 69% vão reforçar o desenvolvimento e a formação das equipas nos próximos 12 meses. Além disso, 77% possuem uma política ética no que toca aos fornecimentos.
A par da preocupação com o procurement sustentável, também a tecnologia emergiu como central, tendo sido identificado um crescimento da automação: assim acontece já, ou está em vias de acontecer, em 59% das funções de procurement.
Ainda no que toca a intenções de investimento, 39% das empresas inquiridas manifestou planos para investir no fornecimento estratégico e a mesma percentagem afirmou-se disposta a apostar na visibilidade da cadeia de abastecimento.
Nesta análise, os responsáveis foram ainda questionados sobre as disrupções da cadeia de abastecimento, com 69% a apontarem a inflação, a incerteza geopolítica e os desafios logísticos como riscos potenciais. Para mitigar estes riscos, as organizações estão a diversificar os fornecedores, a localizar a produção, e a aumentar os níveis de inventário.