O mercado nacional de Industrial & Logística registou um volume de absorção total de 430 mil metros quadrados no final do primeiro semestre de 2024, o que corresponde a um crescimento de 90% face à média dos três últimos anos. Esta análise constante do mais recente “Real Estate Market Overview”, da Savills, que analisa o comportamento das diversas áreas do setor imobiliário.
No setor Industrial & Logística, a Grande Lisboa pesa 41% no volume de absorção. Com um stock logístico 3,25 milhões de m² e uma taxa de disponibilidade muito residual, de 3,52%, a região fechou os primeiros seis meses do ano com um volume de absorção de 177,000 m², mais 36% comparativamente aos 3 últimos anos.
O eixo logístico Montijo-Alcochete arrecadou 46% do volume total de negócios, para o qual o hub logístico de Benavente tem “contribuído imensamente”, equiparando-se em fundamentos de mercado à Zona Prime de Castanheira | Azambuja.
Para os próximos dois anos, a Grande Lisboa conta com um pipeline de cerca 590.000 m², dos quais cerca de metade já tem ocupação assegurada por contratos de pré-arrendamento ou aquisições de projetos para ocupação própria.
De acordo com a Savills, “a dinâmica dos operadores logísticos tem sido responsável pelo momento de alta performance do setor ocupacional logístico, assente em larga maioria na expansão das suas áreas de operação”.
As rendas prime, nos diferentes eixos logísticos, mantêm-se sob pressão de subida, em resposta à procura elevada face a uma oferta de qualidade cada vez mais limitada. Na análise da Savills evidencia-se que a correlação entre volume de absorção médio dos últimos anos e pipeline projetado deixa antever que esta subida das rendas deverá gradualmente continuar a sua trajetória sustentada de subida. No eixo prime Castanheira – Azambuja, a renda prime fechou o 1.º semestre de 2024 nos 5.00€/ m².
Comentando estes resultados, o head of I&L da empresa imobiliária, Pedro Figueiras, afirma que “o mercado logístico português atravessa uma fase crucial de transformação: “Com o maior pipeline de desenvolvimento dos últimos 15 anos, o setor tem atraído um volume significativo de investidores internacionais que reconhecem no mercado nacional um grande potencial de crescimento, impulsionado pela recuperação económica e pela sua localização estratégica na Europa. A procura por parte dos operadores logísticos tem vindo a evoluir, não apenas com o objetivo de expandir as atividades operacionais, mas também com um foco crescente na qualidade das infraestruturas que as suportam. Esses operadores estão cada vez mais exigentes em termos de qualidade, sustentabilidade e eficiência dos espaços logísticos, o que limita a oferta existente e eleva os requisitos para novos projetos.”
Numa análise geral, o relatório conclui que o investimento imobiliário comercial atingiu os 690 milhões de euros em Portugal, no primeiro semestre, com os segmentos de hospitalidade e de retalho a captarem 56% do volume total de investimento. E com o investimento internacional a liderar, representando 83% do total.