O retalhista britânico Tesco anunciou, este mês, o reforço da sua política de bem-estar animal, alargando-a aos crustáceos. O objetivo é garantir uma maior sustentabilidade dos fornecimentos, da captura ao armazenamento e transporte.

“A Tesco está comprometida com a melhoria contínua do bem-estar animal nos mercados e nas cadeias de abastecimento em que opera”, sustentou, em comunicado, o responsável pelas operações de pesca e aquacultura sustentáveis, Ben Lambden, acrescentando que, em linha com o programa “Tesco Welfare Approved”, a empresa pretende ir mais longe estipulando requisitos mínimos para os decápodes de aquacultura, referindo-se ao grupo de animais a que pertencem camarões, lagostas e caranguejos.

Assim, entre as novas medidas, o retalhista vai deixar de vender decápodes vivos, seja nas lojas, seja online. E propõe-se garantir que, até 2026, todos os camarões da subespécie “Penaeus vannamei” são atordoados eletricamente, antes de serem abatidos.

Adicionalmente, pretende que 100% dos fornecedores adotem normas certificadas por entidades como o ASC – Aquaculture Stewardship Council. E até 2030 os fornecedores devem alcançar uma taxa de forragem de peixe e dependência de óleo inferior a 1.

Este tema tem-se tornado pertinente à medida que o mercado de crustáceos cresce, com os consumidores a manifestarem preocupação com os métodos de produção, transporte e abate.

As medidas da Tesco têm merecido o aplauso público, nomeadamente do Instituto Aquatic Life, cuja diretora-geral, Sophika Kostynuik, já comentou que o compromisso do retalhista com o bem-estar animal em todo o ciclo de vida e em toda a cadeia de abastecimento dos crustáceos “é um passo arrojado e significativo no reconhecimento de que estes animais também sentem”.