A China está a controlar a exportação de matérias-primas essenciais para o fabrico de chips, em resposta às restrições dos EUA sobre a venda de chips avançados e equipamento para a produção de semicondutores ao país asiático, de acordo com o Financial Times citado pelo Jornal de Negócios. 

As restrições, que foram implementadas em 2023 pelo governo de Xi Jinping em retaliação ao controlo norte-americano sobre as exportações de tecnologia de chips para a China, servem para proteger “os interesses e segurança nacional”, segundo o país.

Uma fonte da indústria indicou ao Financial Times que “a situação da China é crítica. Estamos dependentes deles”. O país é um dos principais produtores globais de gálio e germânio, dois metais essenciais à produção de chips, entre outras matérias-primas fundamentais para a indústria, que regista uma forte procura devido ao desenvolvimento da Inteligência Artificial. Na Europa, os preços destes metais duplicaram no último ano.

Uma vez que o processo de licenciamento para obter os materiais é longo e demorado, a China tem espaço para negar ou travar o acesso às matérias-primas em caso de novas restrições vindas do Ocidente sobre os chips produzidos no país asiático, ou o acesso do país a tecnologias estrangeira de chips.

“A maior razão [para os controlos] é que se quiserem bloquear as exportações para um determinado local, podem rejeitar as licenças”, afirma Cory Combs, diretor associado da consultora Trivium China, ao Financial Times.

No entanto, os programadores chineses, com a ajuda de intermediários, já encontraram outra forma de escapar às restrições dos EUA, acedendo a semicondutores de forma remota, nomeadamente através de serviços cloud, de acordo com o Wall Street Journal.