A Montepino, SOCIMI especializada no setor imobiliário logístico, cujos ativos são geridos pela Valfondo IM, iniciou o processo de entrada em funcionamento da plataforma logística em Castanheira do Ribatejo, para a Leroy Merlin.

Numa apresentação à imprensa, a Valfondo revelou as mais-valias do projeto, acompanhado por uma visita ao mais recente centro de distribuição da Leroy Merlin.

Situado no entroncamento da autoestrada A1 de Lisboa ao Porto e da A10, que liga Lisboa a Espanha e ao Algarve, o projeto é considerado o quilómetro zero da logística de distribuição em Portugal, que concentra mais de 68% do parque logístico da Área Metropolitana de Lisboa que, por sua vez, reúne mais de 80% do parque logístico em Portugal.

O empreendimento, que resulta de um investimento de mais de 120 milhões de euros, está situado num dos maiores lotes da Plataforma de Castanheira do Ribatejo, e conta com 324.000 m2 de área urbanizada, sendo que 108.500 m2 estão alocados à Leroy Merlin.

A Valfondo irá entregar, oficialmente, a obra à Leroy Merlin, que inclui 10 módulos, a partir de 15 de novembro. Contudo, a empresa só deverá começar a expedir produtos a partir do edifício a partir da segunda quinzena de dezembro. A duração total do contrato não foi divulgada, mas sabe-se que terá uma duração obrigatória de 20 anos.

A construção do edifício criou 250 postos de trabalho, contando com a colaboração de 40 empresas, estando previstos mais 400 postos de trabalho na sequência do início das operações da Leroy Merlin na plataforma.

A plataforma conta com 26.00 m2 de pavimento impermeável no qual foram utilizados materiais que permitem a reutilização da água após as chuvas, e a redução do consumo do imóvel em cerca de 55%. Dispõe ainda de telhados de alta refletância solar que minimizam o efeito de ilha de calor e painéis fotovoltaicos que produzem 1.322 MWh por ano, e cobrem até 66% das necessidades anuais de energia da plataforma, alcançando uma redução de consumo de 35% comparativamente com qualquer outro edifício padrão e uma economia de custos de aproximadamente 80%.

“Investimos um esforço enorme em preservar o meio ambiente desta zona, em criar um espaço que não seja só para trabalhar, mas também para preservar”, indica Ben Allongo, diretor de Desenvolvimento Internacional da Valfondo.

 

Estratégia da Valfondo

A Valfondo é uma empresa de gestão de investimento independente dedicada a desenvolver, comercializar e gerir ativos logísticos na Europa. A empresa gere, de forma integral, todo o ciclo de valor dos ativos logísticos, começando pela procura de terrenos, passando pela gestão urbanística, a promoção dos edifícios, property & asset management, e terminando na gestão financeira e de investidores. Atualmente, em Portugal e Espanha, detém um GLA (Gross Leasable Area) de 1.900.000 m2.

De acordo com Julián Labarra, diretor de Desenvolvimento Corporativo e de Relações com Investidores da Valfondo, o core business da empresa é dar soluções aos inquilinos. A estratégia da Valfondo não passa pela compra de terrenos sem ter, de antemão, inquilinos ou procura certa. Pelo contrário, já apostam no edifício com as necessidades dos clientes em mente. “Nós não construímos naves vazias para alugar. Primeiro conhecemos os projetos, e depois construímos. Somos especializados em ‘chave na mão’, o que se traduz em boas relações com os inquilinos porque sabemos o que precisam”, refere.

De momento, a Valfondo não tem mais terrenos comprados em Portugal, mas está a avaliar zonas importantes para a logística, nomeadamente Azambuja, Alcochete, Palmela e Setúbal.

Ben Allongo afirma que “a Valfondo está em Portugal para ficar. Não somos uma empresa que constrói uma nave, vende-a e vai-se embora. Temos a ambição de criar projetos em Portugal para os próximos anos, fazendo uma boa logística”. Isto porque, segundo o responsável, “o setor da logística em Portugal, é um setor com um grande futuro”.