A destruição de processos é um fator crítico na evolução das empresas. A dureza da frase é tão grande quanto a sua importância. Existe um anúncio de uma empresa de comunicações onde é referido que nos últimos 10 anos evoluímos tanto como nos últimos 100! Nesse mesmo anúncio, é também referido
que no último ano evoluímos tanto como nos últimos 10! Termina com a mensagem de que todos os segundos contam. Esta realidade enquadra-se perfeitamente naquilo que são os processos da supply chain. Não apenas nos que estão diretamente relacionados com comunicações e tecnologia, mas também em todos os outros, apesar de, cada vez mais, ligados a estes dois pontos.
Um dos sinónimos de disrupção é destruição. Aqui recordamos o início deste texto. Porquê a destruição? Para evoluir. Porque os processos têm de estar em permanente análise e crítica. É fundamental para a criação de valor e assim torna-se necessária a tal disrupção, tantas vezes referida em eventos, e que tem como objetivo servir de elemento diferenciador na competitividade das organizações. Existem sempre processos que, por diversos motivos, ficam obsoletos e têm de ser substituídos por novos.
Tenho a imagem de que quando se fala de disrupção, a conotação existente é com grandes projetos, soluções completamente inovadoras e novas no mercado, soluções tecnológicas futuristas, etc. É verdade, mas não é apenas isso. É necessário analisar e identificar possíveis melhorias em todo o ciclo, desde as tarefas mais simples até às mais complexas.
Um dos drivers permanentes para potenciar a melhoria e inovação é o aumento da eficiência. O aumento de eficiência pode ocorrer por fatores como a reorganização e o investimento, tanto financeiro como em know how. Quando refiro reorganização, significa dentro da própria empresa mas também entre os diversos players. Como? Uma das formas é através da colaboração. A colaboração é um tema que está identificado há bastante tempo mas que ainda tem um longo caminho a percorrer. A ligação entre os diversos players deve tornar-se mais intensa através da identificação e utilização de sinergias com objetivos nos resultados e sustentabilidade. A utilização dos recursos existentes, como estruturas de armazenagem e de transporte, é disso sinónimo. Tenho como forte convicção que o aumento da colaboração será no futuro um fator diferenciador.
Ainda na sequência do aumento da eficiência, é absolutamente obrigatório falar em tecnologia. Existem hoje à disposição soluções tecnológicas para praticamente todas as áreas da supply chain. Soluções para gestão de armazéns, de transportes, procurement e automatização/robotização, todas elas em permanente melhoria. O know how complementa a fórmula que permite analisar e decidir quais as melhores soluções a adotar em cada caso.
Esta é uma visão que se aplica a todo o tecido empresarial e não apenas a grandes empresas. Se assim não for, ficam fora mais de 99% das empresas portuguesas. Sejamos disruptivos, do processo mais simples ao mais complexo, em permanência, a bem da eficiência, do aumento da produtividade e dos resultados. Considero que sempre foi fascinante ser profissional da supply chain, mas nunca o foi tanto como agora.
Pedro Camilo, site manager | Lactogal