O investimento em tecnologias limpas e em combustíveis renováveis deve ser uma prioridade para o transporte marítimo, incluído as infraestruturas portuárias. Esta foi a mensagem central do encontro “Descarbonização do Transporte Marítimo” promovido pela Fundação Repsol em Lisboa.

O objetivo do evento, que decorreu no último dia 20, foi a partilha de experiências e perspetivas à luz sobre a descarbonização do setor à luz dos dados da Agência Internacional de Energia Renovável, que apontam para que o transporte marítimo seja responsável por 90% do comércio internacional e cerca de 3% das emissões globais de gases com efeito de estufa (GEE).

Presente na sessão, o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, enfatizou que “investir em tecnologias limpas, digitalização e eficiência energética não é apenas uma necessidade”. É – disse – “uma oportunidade para consolidar Portugal como um líder em inovação portuária e transporte marítimo sustentável”.

Por sua vez, o diretor-geral da Fundação Repsol, António Calçada de Sá, sublinhou que “o transporte marítimo desempenha um papel vital na transição energética”: “É um setor intimamente ligado à tecnologia e à indústria e um setor fundamental para a economia nacional. Portugal tem uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas e pode e deve, por isso, desempenhar um papel de liderança na procura e desenvolvimento de soluções para a transição energética”, defendeu.

Este é um desafio que se estende aos portos nacionais, como atestou o vogal do Conselho Fiscal da Associação dos Portos de Portugal e presidente da administração do Porto de Lisboa, Carlos Correia. “Na estratégia para os portos nacionais é consensual que, estes, além de serem plataformas logísticas e de transporte, devem evoluir no sentido de serem hubs energéticos e digitais”, afirmou, acrescentando que, “além do transbordo e da logística, o futuro dos portos nacionais reside no desenvolvimento do seu papel fundamental como polos de energia, para a economia circular, para a comunicação e para a indústria”.

A encerrar a sessão, o administrador delegado da Repsol em Portugal, Armando Oliveira, sustentou que “os combustíveis renováveis são uma solução imediata para a descarbonização de todos os setores do transporte”. “Já existem muitas soluções, e, por isso, o nosso país deve ser capaz de responder de forma eficiente às diferentes necessidades energéticas”, concluiu.