A Michael Page anunciou as principais tendências do mercado português de trabalho para 2025 para quadros médios e superiores em grandes empresas, nomeadamente no setor da logística e supply chain.
Em 2024 registou-se um aumento na procura por profissionais de logística e supply chain, sobretudo em setores como a indústria, retalho ou construção. Atualmente estamos a assistir a uma inversão neste mercado, onde a procura por estes profissionais já é superior à oferta.
Os perfis mais procurados são, essencialmente, de middle management, em que se destacam as funções de supervisor de logística, responsável de operações, comprador sénior ou customer service. Além disso, também aumentou a procura de posições de Top Management, nomeadamente diretor de operações, diretor de logística, diretor de supply chain e diretor de compras.
No que diz respeito à remuneração, a progressão salarial constante, baseada em objetivos, é também uma tendência. Na área de supply chain, a função de supply chain analyst pode auferir até 28 mil euros, e um diretor de compras até 110 mil euros. Já na área da logística, o plafond de remuneração máximo destina-se ao cargo de diretor e assenta em 95 mil euros.
Consideram-se uma mais-valia fatores como uma forte cultura empresarial que contemple um plano de progressão de carreira bem definido, e um pacote de fringe benefits (ginásio, seguro de saúde, fundo de pensões, etc.), bem como o foco na saúde e flexibilidade.
O ano de 2025 avizinha-se “particularmente complexo” no que diz respeito à aceleração das transformações no mercado de trabalho, segundo a consultora.
“Em 2025, as empresas deverão enfrentar novos desafios relacionados com o desenvolvimento de novas competências, a competição por talento, especialmente em setores como o tecnológico e industrial. Neste contexto, as empresas encontram-se numa encruzilhada, tentando responder às crescentes exigências dos candidatos em termos de salário, condições de trabalho e cultura empresarial, enquanto enfrentam restrições económicas e necessidade de se adaptarem à nova regulamentação, como a diretiva europeia sobre transparência e equidade salarial”, afirma Álvaro Fernández, diretor geral da Michael Page.
Desta forma, as empresas que se ajustarem de forma proativa a estas expectativas e reforçarem as suas políticas de diversidade e inclusão, terão mais vantagem competitiva para atrair e reter talento, de acordo com o responsável.
A consultora avança que vários fatores continuarão a ter uma forte influência na avaliação salarial, como a escassez estrutural de perfis qualificados, e a incerteza que incentiva o tecido empresarial a agir com prudência. Simultaneamente, catalisadores como o desenvolvimento de novas competências, em particular ligadas à Inteligência Artificial, transição ambiental e legislação, acentuam a complexidade dos desafios do mercado de trabalho em 2025.